De acordo com esses especialistas, não existe uma lista específica da nossa fauna, o que impede de saber todas as espécies ameaçadas
Divulgação/Fabiana Verniani
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Macaco-prego está em extinção |
As listas das espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção mostram que existem 1.173 espécies nessa situação no País. Desse total, pelo menos 34 têm ocorrência na Paraíba, se comparado à lista de 2003 com a de 2014, publicada pelo Ministério do Meio Ambiente, no mês passado. Essas listas foram elaboradas com base no processo de Avaliação do Risco de Extinção da Fauna Brasileira. Para biólogos, os principais motivos da extinção são algumas ações humanas e naturais. Na Paraíba, de acordo com esses especialistas, não existe uma lista específica da nossa fauna, o que impede de saber todas as espécies ameaçadas ou em extinção.
Das 37 espécies de ocorrências na Paraíba que estavam na lista de 2003, 34 continuam na nova lista e três já saíram. “Aquelas provocadas pelas atividades humanas têm o foco da avaliação do risco de extinção da fauna brasileira. Os principais impactos causados pelo homem são sobre exploração (caça, pesca, captura para comércio de espécies); poluição e contaminação (lixo, resíduos industriais e domésticos, emissão de gases e efluentes); destruição do ambiente, esse é dos mais graves, por ser muito amplo (desmatamento urbanização, queimadas, ocupação irregular, agricultura e pecuária). A Paraíba não elaborou sua lista de fauna, portanto nunca houve avaliação do risco de extinção da sua fauna. A agenda ambiental dos órgãos responsáveis pela tarefa não priorizou esse tema. Lamentável e temerário”, disse o biólogo Douglas Zeppelini.
Já o biólogo Ronilson da Paz, aponta como principal motivo da extinção das espécies, a destruição dos habitat (desmatamento, poluição) e a superexploração (como a pesca excessiva de um determinado peixe, sem controle ou chance para a recuperação das populações). “A extinção de uma espécie pode contribuir para o desenvolvimento de outras, podendo provocar o desequilíbrio ambiental. Por exemplo, caso fosse interesse usar o couro de sapos para produção de sapatos e para isso fossem capturados sapos em grande quantidade que não permitisse a recuperação das populações, os insetos poderiam sobressair na comunidade (estou usando os conceitos biológicos de população, que é diferente dos conceitos geográficos), podendo trazer consequências sérias aos humanos e à agricultura”, comentou.
Fonte: Portal Correio