Investigação apontou que mulheres juntavam lixo há 30 anos em Ribeirão. Materiais retirados de imóvel lotaram 35 caminhões; irmãs foram internadas.
Polícia encontrou R$ 7,9 mil em casa de acumuladoras em Ribeirão Preto, SP (Foto: Reprodução/EPTV) |
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Brasília Sueli Guaitilli, de 60 anos, e Marlene Tereza Guaitilli, de 64, foram tiradas à força do imóvel após denúncia da família ao Ministério Público (MP). Desde o dia 25 de fevereiro, elas estão internadas no Hospital Santa Tereza, para tratamento psiquiátrico.
Policiais e funcionários da Secretaria de Saúde e Infraestrutura já haviam localizado R$ 2,1 mil divididos em sete sacolas, na semana passada. Após a conclusão da limpeza, alguns objetos foram deixados na casa de Cleusa Guaitlli do Nascimento, irmã das idosas, que denunciou o caso.
"Eram peças de um enxoval que uma delas acumulava em um quarto. Tentamos não destruir aquilo e deixamos na casa da irmã delas", afirmou o delegado Luiz Geraldo Dias, responsável pelo caso.
Idosa discute com delegado para sair de imóvel com lixo acumulado em Ribeirão (Foto: Paulo Souza/EPTV) |
"Tudo o que elas ganhavam, elas escondiam em sacolas no meio dos lixos. Era impossível abrir sacola por sacola, uma vez que tudo estava misturado com comida, sujeira e fezes de ratos. Acredito que muito dinheiro tenha ido para o lixo", afirma o delegado.
O caso
A situação das idosas foi levada ao MP pela irmã das idosas, Cleusa Guaitilli do Nascimento. “Procurei ajuda para ver se tiravam elas da sujeira, é muito triste ver tudo isso”, disse. Segundo Cleusa, há outros casos do transtorno compulsivo na família.
Irmãs acumuladoras foram internadas em hospital psiquiátrico da cidade (Foto: Reprodução/EPTV) |
Limpeza
Segundo o delegado, a limpeza da propriedade, que tem duas casas no terreno, acabou às 15h de segunda-feira, depois de um trabalho envolvendo a polícia, as secretarias de Saúde e Infraestrutura, a Vigilância Sanitária e a Divisão de Controle de Vetores.
Dias afirmou que a quantidade de entulho era tão grande – em alguns cômodos, alcançando o teto – que obrigava as idosas a andarem agachadas pelas casas.
Funcionários da prefeitura fizeram uma relação dos materiais encontrados em boas condições e que serão entregues aos familiares. Segundo a administração municipal, a equipe de trabalho conta com dez profissionais da Secretaria de Infraestrutura e 25 profissionais da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde, da Secretaria de Saúde.
O inquérito da Polícia Civil deve ser encerrado na próxima semana, assim que os laudos médicos e da perícia científica forem entregues. O caso passará a ser acompanhado pela Justiça e pela Secretaria de Assistência Social, que determinarão o responsável legal pelas propriedades e os profissionais que farão os acompanhamentos médico e psicológico das irmãs.