A Libéria deu alta a sua última paciente com ebola depois de uma semana sem novos casos de contaminação pelo vírus, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Quase 10 mil pessoas morreram por causa do vírus ebola - a maior parte delas na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa.
Autoridades da OMS dizem que 132 novos casos foram identificados na Guiné e em Serra Leoa na semana de 1º de março.
É a primeira vez desde maio de 2014 que a Libéria não registra nenhum caso novo do vírus. segundo eles.
Ao deixar o centro de tratamento para ir a sua casa, Yardolo, uma professora de inglês, disse que é "uma das pessoas mais felizes do mundo".
Ela era a última paciente sendo tratada pela doença em todo o país.
'Ameaça continua'
"Encaramos os três países de fato como um único. Então a notícia de que a Libéria não tem novos casos é boa, mas as populações se deslocam tanto pela região que pode facilmente haver transporte de casos", disse o porta-voz da organização, Gregory Hartl.
"Temos que chegar a zero nos três países antes de podermos considerar o vírus derrotado."
A última fase de testes de uma vacina experimental contra o ebola começará na Guiné no dia 7 de março, segundo a OMS.
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que se for comprovada a eficácia da vacina, "será a primeira medida preventiva contra o ebola na história".
A Libéria precisa estar a 42 dias sem novos casos de ebola para ser considerada livre da doença.
No entanto, oficiais da OMS disseram que o monitoramento do ebola "pode não ser o melhor possível" no país por causa do baixo número de amostras.
Algumas comunidades ainda resistem aos apelos para levar seus familiares infectados a centros de tratamento.
Na Guiné, metade das 51 novas infecções foi registrada após o contato com pacientes. Alguns casos só são identificados em exames póstumos.
O vírus ebola também está longe de ser erradicado de Serra Leoa, que registrou 81 novos casos – incluindo seis na capital, Freetown.
"O número de mortes pelo vírus ebola confirmadas ocorrendo na Guiné e em Serra Leoa continua alto, sugerindo que as pessoas ainda não entendem ou aceitam a necessidade de isolamento e de tratamento no início da doença", afirmou um comunicado da OMS.
"Enterros inseguros continuam a acontecer. Temos relatos de 16 enterros contaminados nos dois países."
A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, pediu na terça-feira por um "Plano Marshall" – programa de ajuda financeira à Europa que os Estados Unidos lançaram após a Segunda Guerra Mundial – para os países afetados pelo ebola no Oeste da África.
BBC