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A ONG afirma que o casamento infantil não apenas priva as jovens de
educação e oportunidades, mas também aumenta o risco de morte ou danos
no parto se elas têm filhos antes de que seu corpo esteja preparado.
"O casamento infantil dá início a um ciclo de desvantagens que nega às
meninas os direitos mais básicos de aprender, se desenvolver e ser
criança", afirma a presidente da Save the Children International, Helle
Thorning-Schmidt.
"Meninas que se casam cedo demais frequentemente não podem ir à escola e
estão mais propensas a sofrer violência doméstica, abuso e estupro.
Elas engravidam e são expostas a doenças sexualmente transmissíveis,
incluindo o HIV", alerta.
O relatório "Até a última menina. Livres para viver, livres para
aprender, livres de perigo" apresenta um ranking com 144 países,
classificando-os do melhor para o pior para as garotas com base no
casamento infantil, na educação, na gravidez na adolescência, na
mortalidade materna e no número de legisladoras mulheres.
Níger, Chade, República Centro-Africana, Mali e Somália aparecem nos
últimos lugares do ranking. O país mais bem classificado é a Suécia,
seguida por Finlândia, Noruega, Holanda e Bélgica.
O Brasil aparece em 102º, com o relatório chamando a atenção que o
país, apesar de ter a renda per capita média-alta, apresenta altos
níveis de gravidez na adolescência e casamentos de crianças. O Brasil,
destaca o relatório, está apenas três posições acima do Haiti, por
exemplo.
Pesquisadores afirmam que conflitos, pobreza e crises humanitárias são
fatores que deixam meninas expostas ao casamento precoce. O Fundo das
Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que o número de mulheres
que se casam antes dos 18 anos passe dos 700 milhões atuais para cerca
de 950 milhões em 2030.
Deutsche Welle