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8.10.16

Artrose não atinge só idosos; conheça outros mitos e verdades sobre esta doença

Para combater preconceitos, o professor francês compareceu a evento da área e de desmistificou cinco ideias falsas muito divulgadas

Pensamos geralmente que as doenças osteo-articulares, também chamadas reumatismos, dizem respeito apenas a pessoas idosas. Para combater esse tipo de preconceitos, o professor Francis Berenbaum, chefe do serviço de reumatologia do hospital Saint Antoine, em Partis, compareceu ao evento “Ensemble contre les rhumatismes” (Juntos contra os reumatismos). Organizado pelo Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica, da França, a Fundação Artrite e a Sociedade Francesa de Reumatologia, o encontro terá lugar em Paris nesta terça-feira, 12 de outubro, e reunirá pesquisadores médicos e pacientes. O evento será transmitido diretamente pela Internet. A respeito, o prof. Berenbaum quis desmistificar cinco ideias falsas muito divulgadas a respeito dessas moléstias.
1. As pessoas conhecem bem as doenças osteo-articulares.
Falso. De cada mil pessoas interrogadas em agosto último, durante uma pesquisa efetuada pela Fundação Artrite, três quartos delas declararam ter pouco ou nenhum conhecimento dessas doenças, em particular o lúpus e a esclerodermia, que são doenças autoimunes, bem como a fibromialgia, uma doença crônica que acarreta uma sensação de queimação em todo o corpo e cuja origem permanece desconhecida. Os reumatismos reagrupam o conjunto das doenças do aparelho locomotor. Elas podem dizer respeito aos ossos (osteoporose, que ocasiona fraturas devido à fragilidade dos ossos), ou as articulações (artrose, artrite, reumatismos inflamatórios ou crônicos como a poliartrite reumatoide e a espondiloartrite).

2. O que é o lúpus? As doenças articulares são graves.
Verdadeiro. “As doenças articulares representam um duro impacto na qualidade de vida, no sono, mas elas podem igualmente levar à morte”, lembra o professor Berenbaum. Com efeito, por causa do sedentarismo que elas acarretam, elas estão diretamente ligadas ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, e também o de cânceres. “Há duas semanas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que as doenças osteo-articulares devem ser levadas em consideração nos projetos de prevenção”, acrescenta Francis Berenbaum.

3. As dores articulares dizem respeito apenas a uma pequena parte da população.
Falso. Segundo o Inserm, 12 a 13 milhões de pessoas de pessoas atualmente sofrem de reumatismos apenas na França (cerca de 20% da população total). Dentre elas, de 9 a 10 milhões são afetadas pela artrose – uma afecção crônica que se manifesta por dores persistentes nas articulações -, e 600 mil são atingidas por reumatismos inflamatórios crônicos (poliartrite reumatoide e a espondiloartrite). Por outro lado, uma pessoa de cada duas interrogadas declarou sofrer de dores articulares no momento da pesquisa. Uma cifra que deve ser relativizada, pois a maioria das pessoas interrogadas conhecia mal essas doenças, e portanto também os seus sintomas.

4. Os reumatismos são causados unicamente pela velhice, e portanto só interessam às pessoas idosas.
Falso. Existem doenças osteo-articulares que aparecem desde a infância. O Inserm calcula que, apenas na França, existam cerca de 4 mil crianças que sofrem de reumatismo inflamatório. Por outro lado, é possível se sofrer de artrose muito cedo na vida da pessoa adulta. “Vejo muito jovens na faixa dos vinte anos que apresentam traumatismos articulares adquiridos durante atividades esportivas, por exemplo uma ruptura dos ligamentos cruzados. Para eles, o risco de desenvolver artrose dez anos mais tarde é bastante elevado, constata o professor Berenbaum. É preciso ensinar as pessoas a proteger suas articulações da mesma forma que as ensinamos a proteger seu coração. E isso passa pelo fornecimento de melhores informações, tanto na vida do dia-a-dia quanto nos manuais escolares, ou através da sensibilização dos professores e treinadores desportivos em relação a essa problemática”.

5. É possível prevenir a aparição de reumatismos.
Verdadeiro. “Desde a mais tenra idade, e ao longo de toda a vida, é primordial preservar seu capital articular”, lembra o professor Berenbaum. Isso significa a observação de toda uma prevenção de traumatismos desde a infância, e de quedas no caso de pessoas idosas, bem como manter a prática de atividades físicas. É preciso também comer de modo equilibrado, a fim de se evitar qualquer excesso de peso e as carências de cálcio e de vitamina D (pois isso aumenta o risco de osteoporose e, portanto, de fraturas), evitar o tabaco e manter uma boa higiene bucal e dentária, dois fatores de risco confirmados como desencadeadores e agravantes da poliartrite reumatoide.
Por Brasil 247
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