Um mês depois de um ensaio de virada de mesa na Copa do Nordeste, com a
entrada do Ceará pela 'janela' do torneio, a CBF já comunicou à
federação de futebol daquele Estado que o segundo representante cearense
na edição 2017 da Copa tem mesmo de ser o Uniclinic, clube que tem
direito à vaga por critérios técnicos. A formalização da decisão deve
ser anunciada nos próximos dias.
A polêmica poderia suscitar uma profunda investigação do Superior
Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Tudo começou quando o Uniclinic,
atual vice-campeão do Campeonato Cearense, desistiu de disputar a Copa
do Nordeste, alegando falta de recursos, embora a competição garanta uma
boa quantia para seus integrantes.
Como num dominó, o terceiro e quarto colocados do Estadual, Guarani de
Juazeiro e Guarany de Sobral, respectivamente, também abriram mão do
torneio, em documento enviado à CBF e assinado por ambos e pelo
Uniclinic. Isso acabou classificando automaticamente o Ceará, o quinto
do campeonato local. Pelo regulamento da Copa do Nordeste, o campeão
(Fortaleza) e o segundo do Estadual estariam garantidos na Copa do
Nordeste de 2017.
Tanto o clube de Juazeiro quanto o de Sobral afirmaram que abdicaram do
direito de disputar a Copa porque teriam sido informados, numa reunião
na federação cearense, que não contariam nem sequer com recursos
oferecidos pelos organizadores para custear passagens aéreas e
hospedagens.
Quando o escândalo veio a público, o Guarani de Juazeiro voltou atrás e
enviou carta à CBF para comunicar que faria parte sim da Copa na
eventual ausência do Uniclinic. Seus dirigentes relataram que receberam
informações equivocadas sobre aqueles gastos. Agora, foi a vez do
próprio vice-campeão pedir reconsideração à confederação.
A presença do Ceará projetaria a Copa do Nordeste e agradaria não
somente os patrocinadores do evento. A CBF abraçou a ideia da virada de
mesa desde o início por uma outra razão. Recentemente, o clube se
tornou o primeiro do Nordeste a se filiar à Primeira Liga, movimento que
reúne grandes equipes do Sul e Sudeste do País e que seria o embrião de
uma liga nacional. A CBF não aprova nem uma nem outra liga e tenta
impedir o sonho do Ceará de participar do grupo de clubes das duas
regiões mais ricas do País.
Terra