Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil |
Segundo o MPF o ex-presidente teria atuado junto ao Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outros órgão com o objetivo
de garantir a liberação de financiamentos para obras em Angola. "Os
trabalhos foram executados pela Construtora Odebrecht que - em
retribuição ao fato de ter sido contratada pelo governo angolano com
base em financiamento para exportação de serviços concedido pelo BNDES
-, repassou aos envolvidos, de forma dissimulada, valores que,
atualizados, passam de R$ 30 milhões", diz a nota divulgada pelo MPF.
Os denunciados são acusados de cinco crimes: corrupção ativa e passiva,
lavagem de dinheiro, tráfico de influência e organização criminosa. Na
semana passada o MPF recebeu da Polícia Federal o relatório final com o
indiciamento do ex-presidente. De acordo com os procuradores, as
investigações devem continuar, mesmo com a apresentação da denúncia.
Atuação
A denúncia do MPF divide a atuação de Lula em dois momentos. No
primeiro, ele é acusado de corrupção passiva, já que entre 2008 e 2010
era presidente da República. O segundo momento aconteceu entre 2011 e
2015 e a acusação é de tráfico de influência. Segundo os procuradores,
mesmo fora do cargo, Lula atuou em benefício dos envolvidos.
"Além disso, o ex-presidente deve responder por lavagem de dinheiro,
crime que, na avaliação dos investigadores, foi praticado 44 vezes e que
foi viabilizado, por exemplo, por meio de repasses de valores
justificados pela subcontratação da empresa Exergia Brasil, criada em
2009 por Taiguara Rodrigues dos Santos, 'sobrinho' de Lula e também
denunciado na ação penal", diz a nota do MPF.
O Ministério Público cita ainda que algumas das pagamentos indevidos
foram feitos como remuneração por palestras que teriam sido feitas pelo
ex-presidente a convite da Odebrecht. "Nesse caso, a contratação foi
feita por meio da empresa LILS Palestras, criada por Lula no início de
2011, menos de dois meses depois de deixar a presidência".
Agência Brasil