Sem salário, trabalhadores protestam por calote do Comitê Rio-2016
POR FOLHAPRESS
Dezenas de funcionários da empresa de Sunplus realizaram nesta quarta-feira (5) um protesto em frente ao Comitê Organizador da Rio-2016. Os trabalhadores alegam que estão sem receber salários e outros pagamentos por conta de um calote dado pelo Rio-2016 na companhia pela qual são contratados.
Danielle de Vasconcelos, gerente da Sunplus, confirmou que a empresa não pagou os salários de setembro nem a rescisão de 2.500 trabalhadores contratados temporariamente para trabalhar na limpeza de instalações olímpicas. A falta de pagamento, disse ela, é causada pela dívida do Rio-2016 com a Sunplus. O valor do débito não foi divulgado.
"A Sunplus deveria ter recebido uma parcela pelo serviço prestado na Olimpíada no dia 24 de setembro. Sem receber, não temos como pagar os funcionários", explicou Danielle. "Chamamos todos para uma conversa e explicamos nossa situação. Eles decidiram protestar. Estão no direito deles."
O protesto foi pacífico e durou cerca de duas horas. Dois trabalhadores que se manifestavam foram convidados pelo Comitê Rio-2016 para uma conversa enquanto outros cercavam a entrada do prédio da entidade, na região central do Rio.
Na conversa, segundo os manifestantes, representantes do Comitê Rio-2016 reconheceram a falta de pagamento e prometeram buscar uma solução rápida. Não há prazo para que os pagamentos sejam quitados.
Procurado pelo UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha de S.Paulo, o Rio-2016 ratificou que deve à Sunplus. Informou, aliás, que 20 mil fornecedores ainda têm a receber por serviços prestados na Olimpíada. O pagamento de uma parte deles está em dia. Há atrasos em outros casos. Existem também pagamentos que ainda estão sendo negociados pelo comitê.
Ainda de acordo com o Rio-2016, todas as dívidas serão quitadas. O órgão ressaltou que o fluxo de pagamentos depende de alguns valores que ele tem a receber do COI (Comitê Olímpico Internacional), dos patrocinadores da Olimpíada e de governos.