Após três décadas, cientistas brasileiros avançam nos testes do primeiro imunizante contra a verminose que atinge 200 milhões de pessoas no mundo
A esquistossomose, doença causada por vermes e marcada por danos em intestino, fígado e bexiga, pode estar com os dias contados: a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, anunciou que uma vacina contra a enfermidade teve importantes progressos e vai entrar numa nova e decisiva fase de testes. A fórmula, que precisa de três doses para ter efeito, será aplicada em 350 voluntários no Senegal, região com alta incidência de transmissões.
A expectativa é que os primeiros resultados estejam disponíveis no começo de 2017. A iniciativa é tão importante que ganhou selo de prioridade até na Organização Mundial da Saúde. “Essa é a primeira vacina contra um parasita desse tipo que consegue chegar a essa etapa de desenvolvimento”, comemora a infectologista Miriam Tendler, coordenadora do projeto.
Um ciclo com fim próximo
Entenda como ocorre o contágio, comum em algumas regiões do Brasil
- Fezes de pessoas infectadas com o verme Schistosoma mansoni vão parar em lagos ou rios. Daí, o parasita se aloja nos caramujos do gênero Biomphalaria.
- Após algum tempo, o molusco libera larvas do Schistosoma. Se alguém entrar na água, o bicho invade o organismo pela pele. É o começo da esquistossomose.
- A nova vacina, ainda em fase de estudos, ensina as células do sistema imunológico a reconhecer e atacar o parasita antes que ele se aproprie das células humanas.
Saúde Abril