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15.11.16

Mais de mil toneladas de pedras e terra deslizaram em Petrópolis, diz DC

Destroços rolaram de uma encosta de 200 metros de altura.

Duas pessoas morreram nesta segunda (14); 15 famílias estão desalojadas.

Um novo balanço da Defesa Civil de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, aponta que mais de mil toneladas de pedras e terra desceram de uma encosta de 200 metros no bairro Quitandinha. Cinco casas na Rua Uruguai foram atingidas e duas pessoas morreram na noite desta segunda-feira (14). Equipes da Defesa Civil continuam no local fazendo o trabalho de drenagem do terreno nesta terça-feira (15). A rua permanece interditada, com risco iminente de novos deslizamentos. Desde sábado (12), a cidade está sofrendo com as fortes chuvas e registrou 59 ocorrências em quatro dias.

Segundo o coronel Simão, secretário de Defesa Civil na cidade, um engenheiro e dois biólogos identificaram que o maçiço rochoso do bairro Quitandinha apresentava pontos de vulnerabilidade causados pelo intemperismo (desintegração e decomposição das rochas). Um drone sobrevoou a área atingida pelo deslizamento. "A causa desse deslizamento é o acumulado pluviométrico, não só dos últimos dias, mas de anos. É um processo de desgaste natural", afirmou.

Ainda de acordo com o secretário, nenhuma intervenção humana foi identificada na encosta. Ele comentou sobre a região do Quitandinha não ser considerada uma área de risco. "Qualquer pessoa que mora próxima a um maçiço deste tipo está exposta a algum tipo de risco. O intemperismo é natural", explicou.

A vítimas Consuelo do Carmo, de 49 anos, e Paulo Roberto Souza, de 70, estão sendo veladas na Funerária Oswaldo Cruz do Paraíso. O sepultamento acontece às 16h e 16h30 no Cemitério Municipal. O marido de Consuelo chegou a ficar soterrado, mas conseguiu se livrar da lama e internado no Hospital Santa Teresa. 

No fim da manhã desta terça, famílias que tiveram as casas isoladas (em um raio de 100 metros do local do deslizamento) foram autorizadas pela Defesa Civil a pegar seus pertences, mas não poderão retornar até uma avaliação técnica. A Defesa Civil estima que 15 famílias estejam desalojadas. Moradores do Quitandinha estão sem energia elétrica desde a noite desta segunda-feira e ainda não há previsão para restabelecimento de luz no local.

Por volta das 14h, a Prefeitura de Petrópolis emitiu uma nota afirmando que "se solidariza com as famílias das vítimas da chuva na cidade e lamenta que mais uma vez desastres naturais tenham ocasionado a perda de vidas no município".
A Prefeitura também disse que "vai tentar, junto ao Ministério das Cidades, incluir a obra necessária na região no pacote do PAC Encostas, que prevê obras de prevenção, com contenção de encostas, em 14 localidades da cidade".

Segundo o coronel Simão, a preocupação da Defesa Civil, no momento, é manter a interdição das casas, pois a área ainda é considerada de instabilidade.
"Toda a água do índice pluviômetrico registrado nos últimos dias está sendo drenada aos poucos. Equipes votarão no local para avaliar o caso de cada casa", explicou.
A Polícia Militar está no bairro para evitar que os moradores voltem para as casas interditada.

A tragédia
O deslizamento das pedras e de terra aconteceu por volta das 22h desta segunda-feira (14). Segundo moradores do bairro Quitandinha, o barulho foi semelhante a um avião caindo.

Ruth Cruz afirma que ouviu um barulho muito forte, que foi aumentando. Ela e o marido estão na casa de vizinhos com medo da própria casa ser afetada.

Segundo a Prefeitura, a Igreja Santíssima Trindade e o posto de saúde que funciona no prédio anexo à igreja já estão abertos, servindo como ponto de apoio. O Centro de Educação Infantil Chiquinha Rola também foi aberto como opção aos moradores da região.

Outras cidades afetadas
Em Teresópolis, a Defesa Civil registrou, desde a noite de sábado (12), 37 ocorrências, das quais 19 são relacionadas a deslizamento de terra. Na manhã desta terça, uma equipe da Defesa Civil vistoria uma represa no Caleme, que está com o nível muito acima do normal. O objetio é verificar se houve algum rompimento que tenha provocado a elevação do nível da água. Nas últimas 24 horas, os níveis da chuva foram de 59,6mm no bairro Caleme, 48,8mm no bairro Coreia e no Rosário 47,6mm.

Parte da pista caiu dentro do rio e foi levada pela água no Meudom (Foto: Arquivo pessoal/Eduardo B. Passos)
Parte da pista caiu dentro do rio e foi levada pela
água no Meudom (Foto: Arquivo pessoal/Eduardo B.
Passos)
Desde sábado, quatro casas foram atingidas por um deslizamento e parte dos imóveis caíram. Duas casas foram atingidas por árvores na madrugada e manhã de segunda (14). De acordo com o Corpo de Bombeiros, não houve feridos. Em três dias choveu o esperado para todo o mês de novembro, segundo dados do Inmet.

Em Nova Friburgo, sete deslizamentos de terra foram registrados desde a noite de sábado (12), segundo dados da Defesa Civil. Sessenta casas invadidas pela água foram vistoriadas pelo órgão, mas nenhuma teve a estrutura danificada. As localidades mais atingidas pelo volume de chuva foram Mury, Theodoro e Macaé de Cima. Não há registro de pessoas feridas, desalojadas ou desabrigadas.

Queda de barreira na BR-040
O Km 95 da BR-040, na pista de subida da Serra de Petrópolis, no Rio, continua em meia pista nesta terça-feira (15) por conta da queda de uma barreira ocasionada pela chuva no domingo. Outros dois trechos, no Km 97 e 94, que também estavam com interdição parcial, foram liberados na noite desta segunda-feira.
Segundo a concessionária que administra a pista, a Concer, a visibilidade está comprometida pela neblina e os motoristas devem redobrar a atenção. Não chove na rodovia.


G1
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