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11.11.16

Suspeito diz que Vivianny foi morta após gritar pedindo para ir para casa

Suspeito preso diz que jovem foi morta por dois colegas.

Vendedora foi vista saindo de bar em João Pessoa com os três suspeitos. 

Imagem divulgação dos suspeitos do crime
Reprodução Whatsapp/via BalançoGeralpb
 A vendedora Vivianny Crisley, de 29 anos, desaparecida em João Pessoa desde outubro, pode ter sido assassinada por ter gritado pedindo para ir para casa. Essa é a versão de um dos três suspeitos de envolvimento no caso, que já foi preso, segundo o delegado responsável pela investigação, Reinaldo Nóbrega, divulgou nesta sexta-feira (11). De acordo com depoimento de Allex Aurélio Tomás dos Santos, preso pela participação no crime, os outros dois suspeitos saíram com Vivianny e depois retornaram para a casa dele sujos de sangue afirmando terem “matado a menina”.

 A jovem foi vista pela última vez no dia 20 de outubro, saindo de um bar na Zona Sul de João Pessoa. Um corpo que pode ser o de Vivianny foi localizado na segunda-feira (7), em estado esqueletizado, o que dificulta a identificação. Perto do corpo foram encontrados um cartão de crédito dela e uma sandália que foi reconhecida por uma amiga e por familiares como sendo dela. A confirmação se o corpo é mesmo da vendedora está dependendo de um registro odontológico da jovem.

A Polícia Civil também divulgou nesta segunda-feira informações sobre os outros dois suspeitos de envolvimento no desaparecimento e provável morte. Jobson Barbosa da Silva Júnior, conhecido como Juninho, e Fágner das Chagas Silva, apelidado de Bebé, são os nomes dos envolvidos diretamente no desaparecimento da jovem, segundo o delegado Reinaldo Nóbrega. Os dois e Allex Aurélio são vistos saindo do bar com Vivianny Crisley nas imagens divulgadas pelo estabelecimento.

Investigação
Segundo o delegado, a investigação sobre o desaparecimento de Vivianny se deu a partir do boletim de ocorrência da família. "Com base neste depoimento da família e da amiga dela que estava na festa, começamos a tentar traçar o caminho que ela fez. Solicitamos também os dados do celular dela e do cartão de crédito, para montar esse cronograma", disse Reinaldo Nóbrega.

Delegado Reinaldo Nóbrega mostra local onde o corpo que pode ser de Vivianny foi achado, em Bayeux (Foto: Diogo Almeida/G1)
Delegado Reinaldo Nóbrega mostra local onde o
corpo que pode ser de Vivianny foi achado,
em Bayeux (Foto: Diogo Almeida/G1)
Com o rastreamento do celular, a polícia identificou que o aparelho de Vivianny estava com uma pessoa na cidade de Santa Rita. "Essa pessoa foi detida e, no depoimento, disse que adquiriu o celular em uma feira livre, que tinha dado o celular dele e mais R$ 50 pelo aparelho, mas que não sabia que era o celular de Vivianny", explicou o delegado.

De posse do celular, a polícia conseguiu chegar até Allex, pois o suspeito havia entrado com uma conta de rede social dele no aparelho dela. "Quando fizemos a prisão de Allex, ele estava com o aparelho que havia sido trocado e confirmou que vendeu o celular para a pessoa em Santa Rita", citou Nóbrega. 

O delegado explica que, durante as investigações, Allex não soube explicar onde estaria o corpo de Vivianny e que a polícia chegou a receber várias denúncias sobre onde estaria. "Em pelo menos quatro delas, não tivemos resultado, mas no dia que o suspeito foi preso, recebemos uma de que havia um corpo em uma mata em Bayeux e ao chegar no local, realmente encontramos um", disse Reinaldo.

Imagens do estabelecimento onde Vivianny estava mostram a vítima saindo do local com os três suspeitos (Foto: Diogo Almeida/G1)
Imagens do estabelecimento onde Vivianny estava mostram a
vítima saindo do local com os três suspeitos (Foto: Diogo Almeida/G1)
Cronologia do dia do desaparecimento
De acordo com a polícia, Vivianny passou a noite em um bar no bairro dos Bancários, em João Pessoa, com uma amiga, em uma mesa, enquanto os três suspeitos estavam em outra mesa. "No final da festa, a amiga de Vivianny tentou chamar a jovem para ir embora, mas ela resolveu ficar. Minutos depois, de acordo com as imagens das câmeras do local, Vivianny Crisley saiu com Allex e outros dois colegas, Juninho e Bebé", disse Reinaldo. 

Segundo a versão que Allex contou para o delegado, após sair do bar, os quatro foram para a cidade de Santa Rita, na Grande João Pessoa. "Allex diz que dormiu no meio do caminho e que acordou em um posto de gasolina. Quando ele acordou, ele pediu para o Juninho, que estaria dirigindo, o levar para casa. Após deixar Allex em casa, no distrito de Várzea Nova, os outros dois suspeitos e Vivianny seguiram no carro", detalhou Reinaldo Nóbrega.

No depoimento, Allex disse que horas depois, Juninho e Bebé retornam à casa dele sujos de sangue e com o celular de Vivianny Crisley. "Eles deram o aparelho pra Allex e segundo ele, disseram: 'Matamos a menina, porque ela tava gritando muito, pedindo pra voltar para casa'", disse o delegado. 

Ainda de acordo com a polícia, Allex contou no depoimento que os outros dois suspeitos tomaram banho e dormiram na casa dele e, no dia seguinte ao desaparecimento de Vivianny, a dupla ainda chegou a levar outras duas meninas e comprou bebida para uma festa na casa de Allex. "As famílias dos outros dois suspeitos dizem que eles chegaram a ir para casa no sábado, um dia depois do crime, mas que depois disso, nunca mais retornaram", disse o delegado.

Os três suspeitos estão sendo indiciados por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, segundo o delegado Marcos Paulo Vilela, superintendente regional da Polícia Civil. "A versão dada pelo suspeito preso bate com algumas informações que a gente tem, mas também pode ser completamente mentirosa. Só a prisão dos outros dois e o resultado da perícia vai nos dizer exatamente o que aconteceu", disse Vilela.
Polícia pede ajuda da população para localizar Jobson Barbosa da Silva Júnior (Juninho) e Fágner das Chagas Silva (Bebé), suspeitos de envolvimento no crime (Foto: Diogo Almeida/G1)
Polícia pede ajuda da população para localizar Jobson Barbosa da Silva Júnior (Juninho) e Fágner das Chagas Silva (Bebé), suspeitos de envolvimento no crime (Foto: Diogo Almeida/G1)
Dificuldade para identificar corpo
Conforme a diretora em exercício do Instituto de Polícia Científica (IPC), Gabriela Nóbrega, a análise da arcada dentária do corpo depende de algum registro odontológico de Vivianny em algum consultório onde ela eventualmente fez acompanhamento dentário. Caso o registro chegue até a polícia, a identificação pode sair em até 24 horas. A expectativa do IPC, ao encontrar o corpo, era de divulgar a identificação do corpo em um prazo de até dez dias.

“O corpo foi encontrado esqueletizado. A confirmação só pode ser feita neste caso de duas formas, ou pela análise da arcada dentária ou por meio de exame de DNA. No primeiro caso, o resultado do laudo é muito mais rápido. Por isso estamos aguardando esse retorno a respeito dos registros odontológicos dela para dar uma resposta rápida à família e também para a própria população”, explicou.

G1 PB
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