Francisco lembrou que no pós-guerra europeus tiveram que emigrar
Getty Images |
O papa Francisco pediu nesta sexta-feira, dia 7, para que os europeus não se assustem com a chegada dos fluxos migratórios em seus países e que recebam de braços abertos os imigrantes da mesma forma que seus antepassados foram recebidos em outras nações após a Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945).
O Pontífice novamente comentou sobre imigração e sobre o acolhimento de refugiados em entrevista à "Libertà Civili" ("Liberdade Civil", em tradução literal), revista bimestral do Ministério do Interior da Itália dedicada ao tema e que foi reproduzida também em inglês na publicação jesuíta norte-americana "America Magazine".
Na entrevista, o líder da Igreja Católica relembrou que, durante e após a 2ª GM muitos europeus também tiveram que emigrar, deixando seus países e indo para as Américas. "Penso que os países europeus, como tantos países que tiveram a experiência em sua própria pele tanto da imigração quanto da emigração, devem olhar para o seu passado", disse o Papa.
"Que difícil foi no pós-guerra para milhões de europeus, que partiram muitas vezes com toda a sua família e atravessaram o Oceano Atlântico, para desembarcar na América do Sul ou nos Estados Unidos! Não foi uma experiência fácil para eles", ressaltou Jorge Mario Bergoglio, argentino neto de imigrantes.
"Eles sofreram o peso de serem considerados estrangeiros, que chegaram de longe e que não tinham conhecimento da língua local. Não foi um processo de integração fácil, mas terminou em êxito", explicou o Papa. Por isso, Francisco disse que "é importante ser consciente da contribuição dos imigrantes no país de chegada". "Os europeus contribuíram muito com o crescimento das sociedades além-mar. A história é a mesma. O intercâmbio de culturas e conhecimentos é uma riqueza e, com tal, deve ser valorizada", afirmou o religioso sul-americano. Por fim, o Papa concluiu que apenas quando as pessoas começarem a "considerar o imigrante como um enriquecimento para a sociedade" é que elas serão capazes de "praticar o verdadeiro acolhimento". (ANSA)