Imagens de câmera de segurança de loja mostram que suposta vítima teria acompanhado registro do pedido pelo funcionário. Defesa fala em 'manobra'
Após registro de suposto caso de racismo, ocorrido em uma rede internacional de fast food, na zona sul de São Paulo, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância investiga imagens obtidas a partir das câmeras de segurança do estabelecimento, que mostram a suposta vítima de racismo em contato com o funcionário durante o registro do pedido.
Por meio de nota, a rede informou que os vídeos foram entregues às autoridades. “É possível ver imagens do consumidor entrando ao lado do balcão e conversando com o atendente – onde ele acompanha o registro do seu pedido e digitação do nome a ser chamado.”
O estabelecimento informou ainda que o cliente David Reginaldo de Paula Silva é um ex-funcionário da companhia e que "o funcionário que atendeu ao reclamante comunicou à gerência do restaurante que seguiu instruções diretas do consumidor". De acordo com o restaurante, o funcionário que atendeu David foi afastado preventivamente enquanto a investigação está em curso.
A reportagem do R7 tentou entrar em contato com a delegada Daniela Branco, responsável pelas investigações, porém, foi informada que ela estaria em diligência do caso. A delegacia informou ainda que recebeu o vídeo, que está sob análise, para ser anexado ao inquérito referente ao caso.
Defesa
O advogado de David, Marcello Primo, confirmou que o jovem trabalhou em uma das lojas do fast-food aos 18 anos mas, segundo ele, por pouco tempo. Atualmente, ele tem 23 anos.
Ele afirmou que, oficialmente, não foi informado sobre o posicionamento da rede de fast food e que analisará as informações do restaurante antes de conceder qualquer declaração. “Respeito o posicionamento, mas é uma manobra da defesa deles.”
Suposto racismo
Na madrugada do sábado (24), o universitário David Reginaldo de Paula Silva, teria levado um susto ao comprar um lanche em uma rede de fast food e ver, no lugar de seu nome, a palavra macaco no cupom fiscal que recebeu após a compra.
Ele informou o nome e o CPF a um funcionário da rede e quando se sentou percebeu a palavra ofensiva no documento. “Fiquei tremendo, tomei um choque, mas não consegui fazer nada no momento.” Na terça-feira (27), David registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância de São Paulo. “Não atingiu só a mim, mas todos os negros do País.”
A rede de fast food informou por meio de nota que “independentemente do resultado das investigações, abomina qualquer ato de discriminação racial, de gênero, classe social ou qualquer outro tipo e lamenta profundamente o episódio.”
R7