Doria participou nesta sexta-feira do início da campanha estadual de imunização contra a Covid-19 de crianças de 5 a 11 anos, no Hospital das Clínicas, na capital paulista.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) — O ministro Marcelo Queiroga (Saúde) acusou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de "fazer palanque" com o início da vacinação infantil contra Covid-19 no país.
Doria participou nesta sexta-feira do início da campanha estadual de imunização contra a Covid-19 de crianças de 5 a 11 anos, no Hospital das Clínicas, na capital paulista.
O governador, que é pré-candidato ao Palácio do Planalto, esteve ao lado do menino indígena Davi Seremramiwe Xavante, de 8 anos, a primeira criança vacinada contra o coronavírus no Brasil.
"O político João Doria subestima a população. Está com as vacinas do governo do Brasil e do povo brasileiro em mãos fazendo palanque. Acha que isso vai tirá-lo dos 3% [de intenção de voto]. Desista! Seu marketing não vai mudar a face da sua gestão. Os paulistas merecem alguém melhor", escreveu Queiroga no Twitter.
"As vacinas pediátricas chegaram ao Brasil em tempo recorde! Logo após autorização da agência reguladora a farmacêutica começou a produzir as doses e garantiu que esse era o melhor cronograma possível. O Ministério da Saúde garante que todos os pais que quiserem vacinar terão vacinas!"
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se opõe à vacinação de crianças. Além de questionar a eficácia de vacinas, ele garante que sua filha menor de idade não se imunizará.
Apesar da fala do ministro, ele foi acusado de adotar medidas para retardar o início da imunização infantil e de defender medidas que, na prática, desestimulam a vacinação.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou, em 16 de dezembro, o uso do imunizante da Pfizer no público infantil.
Dois dias depois, Queiroga afirmou que o começo da vacinação infantil no Brasil precisava de "uma análise mais aprofundada".
O ministério da Saúde abriu ainda uma consulta pública sobre o tema –medida classificada por especialistas em saúde pública como "idiotice", "procrastinação", "absurdo" e "coisa da idade da pedra".
A maioria dos que participaram da consulta foi contrária à prescrição médica para a vacinação de crianças.
Queiroga havia recomendado que a imunização do público infantil ocorresse mediante apresentação de prescrição médica.
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