A resistência antimicrobiana já é uma preocupação da ciência, e casos de uma supergonorreia foram detectados nos EUA, aumentando ainda mais esse alerta.
Anteriormente, cientistas encontraram uma cepa de gonorreia (causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae) extremamente resistente a antibióticos na Áustria. E agora, em novo comunicado, o Department of Public Health anunciou uma descoberta semelhante nos EUA: uma cepa muito mais resistente da bactéria, que vem causando o que já chamam de "supergonorreia". Dois casos já foram relatados.
De acordo com o comunicado, a bactéria adquiriu uma potente resistência a medicamentos e mostrou respostas reduzidas a cinco antibióticos diferentes, mas ambos os casos foram finalmente tratados com sucesso com uma injeção de alta dose de ceftriaxona, o principal antibiótico atualmente recomendado para tratar a gonorreia.
A recomendação do Department of Public Health é que as pessoas sexualmente ativas sejam regularmente testadas para infecções sexualmente transmissíveis e considerem a redução do número de parceiros sexuais e o uso de preservativo. O alerta da instituição é que não há nenhuma conexão direta entre os dois indivíduos, o que sugere a existência de mais casos, ainda não detectados.
Considerando que esse aumento de casos de supergonorreia resistente a medicamentos também já foi notado em outros países, os especialistas estão preocupados. Normalmente, essa infecção bacteriana é tratada com dois antibióticos, azitromicina e ceftriaxona, mas os médicos estão encontrando um número crescente de casos em que a bactéria desenvolveu algum nível de resistência a essas drogas.
Perigos da supergonorreia
A questão da supergonorreia aponta para uma ameaça muito maior para os humanos: o espectro das superbactérias resistentes a medicamentos. Um estudo publicado na revista científica Nature Communications apontou uma das causas da resistência antimicrobiana: uma espéice de "armadura" feita de proteínas. Essa armadura de proteínas conta com aberturas muito estreitas que impedem a entrada de antibióticos na célula, mas pequenas moléculas e íons conseguem penetrar essas pequenas fendas.
Infecção por gonorreia
Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC, órgão de saúde dos EUA), a gonorreia pode infectar órgãos genitais, reto e garganta, e é mais comum entre os jovens de 15 a 24 anos. Vale o alerta de que uma pessoa grávida com gonorreia pode transmitir a infecção bacteriana ao bebê durante o parto.
Para diminuir as chances de contrair gonorreia, é importante estar atento a sintomas como sensação de dor ou queimação ao urinar, aumento do corrimento vaginal, testículos doloridos ou inchados.
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