Em entrevista concedida em 2022, o ex-piloto brasileiro se referiu ao britânico por 'neguinho', além de sugerir a sua homossexualidade como forma de alcançar o sucesso
O Ministério Público do DF apresentou parecer à Justiça, ontem, onde pede a condenação do ex-piloto Nelson Piquet pelo comentário preconceituoso sobre o também piloto Lewis Hamilton, feito durante uma entrevista.
Em síntese, Piquet é acusado de racismo e homofobia ao ser referir a Hamilton, em diversos momentos, por "neguinho", além de insinuar que ele teria relações homoafetivas para alcançar o sucesso.
Piquet é alvo de ação civil pública apresentada por entidades e organizações sociais, casos do Educafro e da Aliança Nacional LGBTI+, que pediram indenização de R$ 10 milhões como forma de reparação por danos morais coletivos.
"Durante a malfadada entrevista, em que o réu comenta acidente ocorrido no Grande Prêmio de Silverstone, na Inglaterra, em julho de 2021, ele refere-se múltiplas vezes a Lewis Hamilton com menosprezo, sem sequer citar o nome do piloto inglês, referindo-se a ele apenas como “neguinho”, e incorrendo também em homofobia, afirmando que 'O 'neguinho' devia estar dando mais c* naquela época', cita a petição dos autores.
Segundo o MP do DF, ficaram "configuradas, no caso em comento, violações aos direitos da vítima e da população negra e LGBTQIA+, considerando tanto o plano das normativas internacionais quanto nacionais".
A promotora responsável finaliza afirmando que a atitude de Piquet "traduz claramente a sua concepção do profissional de cor negra, incapaz de ser bem-sucedido em razão de sua competência, fazendo-se necessária a utilização de outros meios, tais como a subjugação, a humilhação e a inferiorização diante de pessoas brancas que seguem os padrões heteronormativos".
Em andamento desde 2022, a ação agora aguarda decisão por parte 20ª Vara Cível de Brasília.
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