Decisão de ouvir Osmar Crivelatti, segundo-tenente do Exército, na comissão atende a seis pedidos de parlamentares governistas.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos extremistas do 8 de Janeiro vai ouvir, na próxima terça-feira (19) pela manhã, o ex-coordenador administrativo da Ajudância de Ordens da Presidência da República na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Osmar Crivelatti, segundo-tenente do Exército. Ele era subordinado ao tenente-coronel Mauro Cid na ajudância.
A decisão de ouvi-lo na comissão atende a seis pedidos de parlamentares governistas. A princípio, o depoimento da próxima sessão da CPMI seria do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro e candidato a vice na chapa do ex-presidente em 2022. O R7 apurou que Braga Netto será ouvido em 5 de outubro. A troca ocorreu a pedido da relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que quer esperar mais documentos e informações ligados ao general.
Crivelatti foi alvo de uma operação da Polícia Federal em agosto. Ele prestou depoimento à PF sobre o esquema de venda ilegal de joias recebidas em viagens oficiais. Segundo fontes ligadas à investigação, o militar detalhou a própria participação nas negociações de itens que Bolsonaro recebeu em viagens oficiais e se pôs à disposição para novos depoimentos. Depois disso, a defesa do ex-presidente pediu acesso à oitiva de Crivelatti.
O nome de Braga Netto para depor na CPMI surgiu depois de a Polícia Federal quebrar os sigilos telefônico, bancário e telemático do ex-ministro numa operação que apura licitações fechadas durante o período de intervenção no Rio de Janeiro, em 2018.
O general foi nomeado interventor pelo ex-presidente Michel Temer. As investigações começaram após cooperação internacional com a Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations — HSI), dos Estados Unidos.
Delação na CPMI
Na semana passada, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), afastou a possibilidade de uma delação premiada de Mauro Cid e de outras testemunhas à comissão. Segundo ele, a natureza do colegiado e esse tipo de contribuição “não dão liga”.
“O instituto da delação premiada, que exige sigilo, e a natureza própria de CPMI, que é uma investigação em praça pública, são dois elementos que não dão liga”, declarou Maia. Ele acredita ser “difícil” que esse tipo de sigilo seja preservado em um colegiado com mais de 60 membros.
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