Messi se reencontrou com Galíndez, seu conhecido desde os campinhos de Rosário, e marcou um golaço que abriu com vitória a campanha dos campeões do mundo nas Eliminatórias
Lionel Messi e Hernán Galíndez se conheceram ainda na infância, em Rosário. Os dois garotos moravam na mesma vizinhança e, nascidos no mesmo ano, também disputavam as mesmas competições de base. Obviamente, o projeto de craque estufou as redes do mini-goleiro. Marcou inclusive o primeiro gol sofrido por Galíndez, que atuava no meio-campo e, numa urgência, entrou pela primeira vez na meta justo num duelo com Leo. Muitos anos se passaram desde então, com caminhos diferentes entre a lenda argentina e o competente equatoriano, naturalizado. Os reencontros aconteceram em palcos bem maiores, nos confrontos por seleções. E a infância rosarina acabou recordada de um jeito sublime nesta quinta, no abarrotado Monumental de Núñez. Como aquela velha criança, Messi balançou o barbante de Galíndez. Uma cobrança de falta magistral valeu a vitória da Argentina por 1 a 0 sobre o Equador. Os campeões do mundo abrem as Eliminatórias com a assinatura de seu camisa 10.
Não foi uma boa atuação da Argentina, cabe dizer. A Albiceleste foi superior ao longo da noite e criou boas chances, mas encontrou dificuldades para furar a marcação do Equador. La Tri poderia inclusive ter complicado um pouco mais, mas pecou em suas escapadas no ataque. Já Messi lembrou a forma recente no Inter Miami: não tão intenso, mas perigoso na mínima brecha. Tinha possibilitado um dos melhores lances na primeira etapa, enquanto Lautaro Martínez ainda parou na trave. Na segunda etapa, além de uma grande jogada individual, o camisa 10 ofereceu a pintura. Foi o que valeu o ingresso, a festa nas arquibancadas e os três pontos no limite.
A Argentina de Lionel Scaloni vinha com a base campeã do mundo, mas modificações pontuais sobretudo no ataque. Emiliano Martínez era o goleiro, com a linha de zaga composta por Nahuel Molina, Cristian Romero, Nicolás Otamendi e Nicolás Tagliafico. O meio contava com Rodrigo de Paul, Enzo Fernández e Alexis Mac Allister. Já na frente, Lionel Messi tinha a companhia de Nico González e Lautaro Martínez. O Equador iniciava o ciclo com o novo técnico Félix Sánchez. Na defesa com cinco homens, destaque para Robert Arboleda e Pervis Estupiñán. A trinca de meio reunia Carlos Gruezo, José Cifuentes e Moisés Caicedo. Mais à frente, liberdade para Gonzalo Plata e Enner Valencia.
Primeiro tempo ainda travado
A Argentina tentou impor seu ritmo nos primeiros minutos. Tinha presença ofensiva e volume de jogo, mas encontrava uma defesa encaixada do Equador. Messi acabava bem travado pelos adversários e a Albiceleste tinha dificuldades de infiltrar os passes. O primeiro lance mais agudo veio numa falta de Messi, que Lautaro tentou a cabeçada e o goleiro Hernán Galíndez pegou. Já aos 16, o camisa 10 bateu da meia lua e mandou ao lado da trave.
O Equador melhorou a partir dos 20 minutos e teve mais escape no campo ofensivo. Rondou a área algumas vezes, mas sem qualidade nas conclusões. Enner Valencia parou em defesa fácil de Emi Martínez e Gonzalo Plata mandou um passe quadrado quando poderia servir melhor o companheiro. A Argentina demorou a retomar seus prumos, mas acordou nos minutos anteriores ao intervalo. Lautaro Martínez começou a ser mais acionado. E o centroavante ficou bem próximo do gol, num cruzamento de De Paul. Brigou com a marcação e conseguiu o desvio, mas esbarrou na trave.
Messi, como sempre
A Argentina voltou mais intensa para o segundo tempo. A Albiceleste conseguiu exercer um abafa, com constantes chegadas na entrada da área. Num bate e rebate, Nico González acabaria travado. Logo depois, numa bola aparada por Messi, Tagliafico recebeu na entrada da área e soltou uma pancada que triscou no travessão. Seriam 15 minutos de clara superioridade dos argentinos, até o Equador voltar a sair um pouco mais. Quando Enner Valencia invadiu a área, Romero conseguiu um lindo desarme na bola. Ángel Di María entrou no lugar de Nico González aos 17. Já La Tri apostou em Kevin Rodríguez e Joao Ortiz.
Não era uma grande atuação da Argentina, mas Messi quase aprontou das suas aos 24. Tabelou com De Paul e deixou o marcador na saudade, antes da batida rasteira e com curva. O tiro, no entanto, ficou ao alcance da defesa firme de Galíndez. Enquanto isso, Enner Valencia tentava os contragolpes e não tinha a colaboração de Rodríguez. Sem que a Albiceleste conseguisse desenvolver seu jogo, outras duas trocas vieram aos 32, com Julián Álvarez e Leandro Paredes, saindo Mac Allister e Lautaro. Estariam mais perto para ver o golaço, aos 33.
Messi resolveu numa falta sofrida por Lautaro antes de sua saída. Era um lance frontal, daqueles que o camisa 10 adora. A barreira de jogadores do Equador e também da Argentina atrapalhava por completo a visão de Galíndez. Na batida, Messi só tirou o peso da bola e mandou o chute com exatidão por cima da barreira, raspando a cabeça dos defensores. O tiro caiu certeiro, colado à trave, e Galíndez só viu a pintura, atônito. Não tinha o que fazer diante da precisão.
A reta final viu o Monumental de Núñez explodir. A Argentina administrava o resultado, enquanto o Equador não tinha capacidade para a construção. Não existiam muitos riscos para o triunfo argentino. Pelo contrário, o segundo gol ficou até mais próximo que o empate equatoriano. Di María assustou num tiro cruzado aos 40. Messi saiu logo depois, aplaudidíssimo, para Exequiel Palacios fechar o meio. Já nos acréscimos, Galíndez fez uma linda defesa em batida de De Paul. Só não teve mesmo o que fazer contra Messi. Ao final, ganhou um presente: a camisa 10 albiceleste, daquele velho conhecido rosarino. Tudo continua como sempre.
Por https://trivela.com.br
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