Brasil joga tão pouco que ouve "olé" no Centenário durante derrota por 2 a 0 para o Uruguai
Os uruguaios que lotaram as arquibancadas históricas do Estádio Centenario entoavam inebriados o cântico: “Voltaremos, voltaremos! Voltaremos outra vez. Voltaremos a ser campeões, como na primeira vez”. E eles tinham todos os motivos do mundo para isso. Pois o Brasil não perdia para o Uruguai há mais de 22 anos. Não perdia pelas Eliminatórias há 37 jogos – desde 2015. Tudo isso caiu por terra em uma noite que será de festa eterna para os charruas, aos gritos de olé. A Celeste enfim venceu a Seleção. E venceu com autoridade: 2 a 0, com gols de Darwin Núñez e e Nicolás De La Cruz nesta terça-feira (17) gelada em Montevidéu. E, acredite, foi ainda pior: Neymar deixou o campo com dores no joelho esquerdo, após prender o pé no gramado.
Darwin Núñez castiga um Brasil que nada fez
Escrever sobre o primeiro tempo da seleção brasileira no Uruguai já seria tarefa árdua para este repórter diante do frio de 12ºC e do vento congelante da capital uruguaia. E foi ainda mais difícil pela produção do Brasil no Estádio Centenário. No melhor gramado que encontrou nestas Eliminatórias, a Seleção teve 66% de posse de bola, tentou atrair o Uruguai para seu campo defesa, mas não conseguiu em momento algum encaixar uma escapada para ir até o gol. O resultado disso foram 45 minutos sem uma finalização sequer. E o pior ainda estava por vir.
Isso, porque a Celeste deu apenas um chute a gol, e ele foi suficiente para Darwin Núñez abrir o placar. Os uruguaios, que tanto clamaram por Suárez e se enfureceram com Marcelo Bielsa por sua ausência, vibraram – e muito – com o camisa 9 quando ele se antecipou à defesa para completar de cabeça um cruzamento de Maximiliano Araújo, aos 41 da primeira etapa.
Derrota machuca, e Neymar é preocupação ainda maior
Pode até não parecer. Mas quando falamos que o pior ainda estava por vir, não nos referíamos ao gol de Darwin. Aos 44 do primeiro tempo, Neymar tentou dar uma arrancada na região central do campo e foi acertado por um marcador. Com o choque, ele acabou pisando errado no gramado e sofreu uma lesão no joelho esquerdo.
O problema causou espanto e preocupação imediatos entre os jogadores. Neymar deixou o campo com expressão de muita dor no carro-maca. Foi para o vestiário sem conseguir botar o pé no chão. Richarlison entrou no seu lugar.
Seleção se perde (ainda mais) e ouve olé em derrota
A sensação de que o pior estava por vir foi uma constante ao longo dos 90 minutos no Estádio Centenario. E com o perdão da redundância: o pior realmente veio. Sem Neymar, a Seleção até tentou reunir forçar para buscar o empate. Se esperava que Vini Jr começasse a assumir protagonismo, especialmente na ausência do camisa 10. Mas o atacante que é tão letal pelo Real Madrid ainda não aconteceu: ele errou praticamente tudo o que se propôs em campo. Quem levou perigo, de fato, foi Rodrygo, em cobrança de falta que explodiu no travessão. Esse foi o máximo que os brasileiros conseguiram fazer em Montevidéu.
E lembrem-se, amigos. O pior estava por vir. Diniz tentou deixar a Seleção mais ofensiva. Recuou Casemiro para a zaga e abriu mão de laterais para jogar com David Neres e Arana como extremas. Nem deu tempo de a nova formação encaixar. Aos 31, Darwin recebeu dentro da área e cruzou para De la Cruz marcar o segundo gol uruguaio na partida. A trilha sonora até o fim foi de “Olé” nas arquibancadas, enquanto os uruguaios apenas esperavam para festejar, e os brasileiros nada conseguiam fazer.
Seleção pressionada para próxima Data Fifa
Mesmo com a derrota, a Seleção se mantém na vice-liderança, com sete pontos somados nas Eliminatórias da Copa do Mundo. Mas a sequência com dois tropeços cria um ambiente de pressão para o que vem pela frente. A próxima Data Fifa, em novembro, reserva dois duelos complicados para o Brasil. A equipe enfrenta a Colômbia no dia 16, às 21h (horário de Brasília), no Estádio Metropolitano de Barranquilha, e depois tem pela frente o clássico com a Argentina no Maracanã, no dia 21, às 21h30 (de Brasília).
Por Trivela
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