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5.10.23

Fluminense forja virada épica sobre o Internacional e volta à final da Libertadores

 Em seis minutos, Fluminense busca virada no fim para cima do Internacional e garante retorno à final da Libertadores após 15 anos

Em mais um jogo épico pelas semifinais, nesta quarta-feira (4), no Beira-Rio, o Fluminense virou sobre o Internacional no fim do jogo, venceu por 2 a 1 e está na final da Libertadores. O Tricolor decidirá em casa, no Maracanã, e aguarda o vencedor do confronto entre Palmeiras e Boca Juniors.

John Kennedy e Cano fizeram os gols da vitória tricolor sobre o Colorado, que abriu o placar com Mercado. A virada no fim deixou o estádio colorado em clima de velório.

Tropeço de Fábio faz pressão do Inter virar vantagem

O jogo começou em alta rotação, mas apenas para um lado. Em casa e empurrado pela torcida que lotou o Beira-Rio, o Inter subiu suas linhas e pressionou a bola para forçar erros do Fluminense no início do jogo. A pressão surtiu efeito graças a um tropeço de Fábio.

Depois de um contra-ataque rápido do Colorado, o goleiro salvou chute de Wanderson e mandou para escanteio. Na cobrança, aos 9, entretanto, tropeçou em Nino e caiu na área. Mercado, que não tem nada com isso, cabeceou forte para abrir o placar.

Já acuado e desorganizado, o Flu sentiu o gol. Felipe Melo, Alexsander e Ganso erravam muito e viam Johnny e Alan Patrick dominarem o meio-campo. O Inter, sobretudo, ganhava a maioria das divididas e conseguia se impor na força.

O Colorado teve espaços e chances para aumentar enquanto tocava inteligentemente a bola e virava o jogo sempre para pegar o time de Fernando Diniz desprevenido, mas pressionava e mordia mais a saída do Tricolor que dava trabalho a Fábio.

Por volta dos 30 minutos, ainda que muito desligado, o Fluminense colocou a bola no chão e melhorou no jogo. Marcelo saiu da lateral-esquerda para jogar solto e tentar compensar o jogo ruim do ataque tricolor. Enquanto isso, Diniz rabiscou alguma coisa em uma espécie de caderno. No primeiro tempo, não funcionou.

 

Diniz mexe, Fluminense melhora, vira e vai à final da Libertadores

O Fluminense voltou do intervalo com John Kennedy e Martinelli nas vagas de Felipe Melo e Alexsander, retomando o 4-2-4 das fases anteriores da Libertadores e ainda mais ofensivo, com André na zaga. E o time melhorou.

Com a bola no chão, ao menos, o Flu teve volume e impediu o Inter de continuar pressionando no jogo. Mas as melhores chances seriam de Enner Valencia. Aos 25, cabeceou para fora, sozinho na pequena área. Sete minutos depois, invadiu a área sem ser incomodado e chutou torto para a linha de fundo. O futebol e a Libertadores da América não perdoaram.

Não perdoou quando o Fluminense armou boa jogada pela esquerda até Cano esperar pacientemente a passagem de John Kennedy, aos 36 minutos. O camisa 9 invadiu a área pela esquerda e cavou por cima de Rochet para a bola entrar poucos centímetros, com toque de Vitão, que tentou cortar. O Beira-Rio com 50.002 pessoas, entretanto, ainda pulsaria… em tricolor, outra vez.

Foi aos 42, quando Yony Gonzalez, que entrou na lateral, recebeu e devolveu de primeira para a área, contou com toque sutil de John Kennedy antes de Cano, sempre Cano, estufar as redes do Beira-Rio. O argentino chegou a incríveis 12 gols na Libertadores, se isolou na artilharia e virou o maior goleador do clube na história da competição.

German Cano comemora o 12º na Libertadores e a vaga do Fluminense na final (Foto: Marcelo Gonçalves/Fluminense FC)

Empolgado por torcida, Internacional domina primeiro tempo

A mobilização do Internacional para a partida mais importante dos últimos oito anos foi enorme. Na chegada ao estádio, a delegação foi recebida com a maior “Ruas de Fogo” de todos os tempos. Na entrada em campo, ergueu-se um mosaico homenageando as conquistas da Libertadores de 2006 e 2010. 46 mil colorados apoiaram a equipe em um Beira-Rio que, somado aos 4 mil tricolores, contabilizou os 50.002 torcedores.

Dentro de campo, o time de Coudet começou com o espírito e a postura que o treinador gosta. A marcação alta incomodou o Fluminense. E a pressão inicial surtiu efeito. Mercado, que tinha marcado gol anulado por toque de mão no jogo de ida, se mostrou iluminado mais uma vez. Assim como abriu o placar na partida de volta contra o River Plate, nas oitavas de final, inaugurou o marcador também da segunda partida da semifinal, em cabeçada na segunda trave após cobrança de escanteio de Alan Patrick.

Mesmo que tenha baixado o bloco de marcação, ficando menos com a posse de bola a partir do 1 a 0, o Inter não dava espaços para o Fluminense. O time de Diniz alternava a saída de bola, mudava as peças de lugar, mas tinha dificuldade para criar. Além do bom posicionamento defensivo, sobrava competitividade aos jogadores colorados. Toda dividida era como se fosse a última. Mercado e Johnny, em particular, ganharam praticamente todos os duelos.

Os desarmes e as segundas bolas vencidas propiciaram alguns contra-ataques ao longo do primeiro tempo. No principal deles, Maurício finalizou para defesa de Fábio. O Flu pouco assustou. De forma mais significativa, somente em lance que o bandeirinha esperou ser concluído para assinalar o claro impedimento.

Inter perde chances no contra-ataque e cede virada no fim

A proposta reativa se intensificou no segundo tempo. E o Inter se defendia relativamente bem. À exceção de algumas intervenções em cruzamentos, Rochet pouco precisava trabalhar. Os chutes do Fluminense eram de fora da área, e sem direção.

Ao mesmo tempo, o Inter tinha o contra-ataque à feição. Puxado principalmente por Enner Valencia. Mas a noite não era do equatoriano. Por mais que tenha cavado cartão amarelo de Martinelli, perdeu duas chances claras: uma de cabeça, após cobrança de falta de Alan Patrick, e outra cara a cara com Fábio, depois de belo lançamento de De Pena.

As oportunidades desperdiçadas custaram caro. E tudo desmoronou em seis minutos. O espaço que o Inter não tinha dado até então foi oferecido para John Kennedy, e depois para Cano. Não fosse Rochet, nos acréscimos, Kennedy teria feito seu segundo, o terceiro do Flu. A sina do Inter, que não vence um título sequer faz sete anos, segue. Para tristeza dos colorados, que, mesmo com todo espetáculo feito, amargam mais uma eliminação no Beira-Rio.

Por Trivela

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