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21.10.23

Mãe e filha libertadas pelo Hamas após duas semanas; saiba quem são

 Americanas Judith e Natalie Raanan foram feitas reféns em 7 de outubro; Israel confirmou a informação, mas os EUA ainda não se manifestaram.

O porta-voz do braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qassam, disse nesta sexta-feira que o grupo extremista libertou duas reféns americanas por "razões humanitárias", após esforços do Catar. A informação foi rapidamente confirmada pela Cruz Vermelha e por veículos locais. Mais tarde, procurado pela BBC, Israel também confirmou. Os Estados Unidos também confirmaram.

À noite, o governo israelense afirmou em um comunicado que Judith Raanan, 59, e sua filha, Natalie Raanan, 17, foram resgatadas na fronteira com a Faixa de Gaza e estavam a caminho de uma base militar no centro de Israel. A operação, que teve mediação do Catar, foi facilitada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que transportou as americanas de Gaza para Israel.

"A libertação de duas reféns em Gaza hoje é uma ponta de esperança. Estamos extremamente aliviados por elas poderem se reunir com suas famílias após duas semanas de agonia", afirmou o CICV em nota. "O CICV continua exigindo a libertação imediata de todos os reféns. (...) É essencial que as partes em conflito mantenham um mínimo de humanidade mesmo durante o pior da guerra.

Segundo o jornal Chicago Sun Times, Judith trabalha como esteticista, enquanto a filha Natalie se formou no ensino médio no meio desse ano. O rabino Dov Hillel Klein afirmou que a libertação das duas, dadas as circunstâncias, foi "um milagre".

"O fato de eles estarem sendo libertados é inacreditável. Nossas orações funcionaram. Embora seja um grande alívio, ainda existem centenas de outros reféns que também precisam ser libertados", disse Klein.

As duas residem em Evanston, Illinois, nos arredores de Chicago, e foram a Israel este mês para comemorar o aniversário de 85 anos de um parente e o feriado judaico do Sucot, de acordo com seu rabino que conversou com o Times. Elas têm dupla nacionalidade, de Israel e dos Estados Unidos.

A família Raanan estava participando de uma celebração religiosa em Nahal Oz, um kibutz a cerca de 1,6 km da fronteira com Gaza, quando o ataque do Hamas começou, segundo informações apuradas pelo Times.

Natalie Raanan, de 18 anos, concluiu recentemente o ensino médio e estava ansiosa para tirar uma folga e visitar a família no exterior, disse seu tio, Avi Zamir, em um evento comunitário para os Raanans em Evanston na semana passada.

"Em resposta aos esforços do Catar, as Brigadas al-Qassam libertaram dois cidadãos americanos [uma mãe e sua filha] por razões humanitárias", declarou Abu Obaida em um comunicado divulgado mais cedo nesta sexta pelo Hamas. "[Objetivo é] provar ao povo americano e ao mundo que as alegações feitas pelo [presidente Joe] Biden e seu governo fascista são falsas e sem fundamento".

Ghazi Hamad, membro do gabinete político do Hamas, disse que a libertação das duas reféns americanas é um gesto de "boa vontade" do grupo.

— É um gesto de boa vontade do Hamas para provar a toda a comunidade internacional que o Hamas não é uma organização terrorista — disse Hamad em entrevista à Al Jazeera quando perguntado se o o grupo recebeu algo em troca das reféns.

Hamad disse ainda que o Hamas está pronto para "lidar com a questão dos prisioneiros de uma forma positiva", mas, primeiro, o bombardeio israelense em Gaza deve parar. Ele acrescentou que o grupo está tratando os prisioneiros com "dignidade e respeito". Israel afirma que o Hamas sequestrou 203 pessoas após o ataque terrorista em 7 de outubro. Para a Human Rights Watch (HRW) e outros grupos de direitos humanos, manter os prisioneiros é um crime de guerra.

"Os civis, incluindo crianças, pessoas com deficiência e idosos, nunca devem ser tratados como moeda de troca", disse Lama Fakih, diretor da HRW para o Oriente Médio e Norte da África, em um comunicado esta semana. "Os governos que têm influência sobre o Hamas, incluindo o Catar, o Egito e a Turquia, devem usar sua influência para pressionar para que os reféns sejam libertados o mais rápido possível e tratados com humanidade até lá."

Por Extra

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