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30.10.23

Ônibus do Lyon é atacado com pedras em Marselha e Grosso fica ferido por estilhaços

 Pedras atingiram o ônibus do Lyon e Grosso ficou com ferimentos no rosto, inclusive perto do olho esquerdo; partida entre Olympique de Marseille e Lyon foi adiada e será remarcada

O ônibus do Lyon sofreu um ataque neste domingo, antes da partida contra o Olympique de Marseille no Estádio Vélodrome, válido pela Ligue 1. Quando se dirigia ao estádio, o veículo foi atingido por pedras atiradas por torcedores – segundo o jornal Le Parisien, seguidores do OM. Um dos vidros se quebrou e os estilhaços atingiram o rosto do técnico Fabio Grosso. O italiano precisou receber cuidados médicos, ensanguentado. Conforme anunciado no estádio, o jogo foi cancelado e será remarcado para outra data. É mais um caótico episódio na temporada do Lyon, com o time na lanterna da Ligue 1, somando apenas três pontos em nove rodadas.

Ainda não está clara a gravidade dos ferimentos de Grosso. O treinador chegou ao Vélodrome com a mão no rosto, visivelmente cheio de sangue. Outras fotografias mostram cortes na altura da boca e sobre o olho esquerdo. Depois do atendimento médico, o italiano seguiu aos vestiários do Lyon com um curativo que cobria o seu olho esquerdo e toda a sua testa. Grosso ainda sentiria tonturas, conforme o L'Équipe. O assistente Raffaele Longo também foi atingido pelos estilhaços, segundo o Le Parisien. O periódico da capital aponta que jogadores e o restante da comissão técnica ficaram abalados com o incidente.

Até pelos efeitos psicológicos, discutia-se a pertinência de realizar a partida neste domingo. Segundo o L'Équipe, os jogadores do Lyon ainda estavam dispostos a entrar em campo e há imagens de Fabio Grosso, já com os curativos, ao lado dos atletas. Todavia, o bom senso prevaleceu. De início, as autoridades da Ligue 1 resolveram atrasar o pontapé inicial. Posteriormente, optou-se por não realizar o jogo neste domingo e remarcar a data. A decisão foi tomada de acordo com os protocolos da liga.

Além do ônibus que transportava os jogadores, ônibus de torcedores do Lyon também foram atacados a caminho do Vélodrome. O L'Équipe informa que pelo menos três ônibus da torcida do OL acabaram apedrejados. Há feridos nesses veículos, mas sem detalhes sobre a gravidade.

Proprietário do Lyon, John Textor deu uma entrevista ao Prime Vídeo da França, em que detalhou o estado de Grosso: “Ele não consegue conversar. Tinha estilhaços de vidro no rosto. Estou muito bravo. Nossos jogadores e nosso treinador se prepararam para esta noite, os torcedores queriam ver a partida. Mas não pedi para que o jogo fosse cancelado. A liga nos avisou que conversaria com o time. Nosso capitão foi incrível nos vestiários, o time queria jogar, estávamos prontos. Mas a decisão não cabia a nós, porque aconteceu fora do estádio. Apoiamos a decisão do árbitro”.

 

Histórico de violência

O episódio aumenta o questionamento à segurança ao redor do futebol francês. As autoridades locais pecam bastante no controle e na prevenção da violência. Especialmente desde a reabertura das arquibancadas após a pandemia, são constantes os casos de invasão de campo e de objetos atirados no gramado na Ligue 1. O ataque ao ônibus do Lyon, até pelos ferimentos sofridos por Fabio Grosso, chega a um nível além. As ações ao redor do tema não se sugerem suficientes.

Vale salientar que existe uma rivalidade entre Olympique de Marseille e Lyon, num duelo chamado de “Choc des Olympiques”. Não há um histórico de violência tão notável entre as torcidas, como em outras rivalidades que envolvem os clubes – OL contra Saint-Étienne e OM contra Paris Saint-Germain. Ainda assim, existe uma disputa entre regiões próximas no sudeste francês, assim como um histórico de sucessos entre as duas equipes na Ligue 1, que se intensificou sobretudo neste século.

 

O momento do Lyon

Grosso assumiu o comando do Lyon há pouco mais de um mês, na expectativa de que pudesse dar um jeito na equipe. Todavia, os resultados iniciais não são bons, mantendo a baixa vivida antes, sob as ordens de Laurent Blanc. Com o italiano, os Gones sofreram três derrotas e empataram outro jogo. A pressão aumentou depois que o time foi batido pelo Clermont na rodada anterior, em confronto direto na rabeira da tabela.

A crise do Lyon vai além das quatro linhas. Os Gones contam com um elenco de jogadores renomados, como Alexandre Lacazette, Corentin Tolisso, Dejan Lovren e Anthony Lopes. No entanto, a equipe enfraqueceu pelas vendas forçadas nesta temporada, diante das limitações financeiras. O OL foi punido pelo fair play financeiro da Ligue 1, por avaliar que John Textor não havia oferecido garantias suficientes em seu orçamento. O proprietário americano também vive em pé de guerra como Jean-Michel Aulas, antigo presidente do Lyon e que preferiu deixar o clube por desavenças com o investidor do Botafogo. A bagunça se nota nos resultados. O ataque ao ônibus é um caos a mais, ainda que externo.

Por Trivela

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