Em jogo com polêmicas de arbitragem, Renato Portaluppi criticou o VAR após derrota para o Corinthians — que também se sentiu prejudicado
Mesmo com um jogador a mais por quase 80 minutos, o Grêmio perdeu em casa, por 1 a 0, para o Corinthians, neste domingo (12), e teve quebrada a sequência de cinco vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro. Ainda que não queira justificar a derrota a partir disso, após a partida o técnico Renato Portaluppi reclamou da arbitragem e, especialmente, do VAR.
Dois lances no segundo tempo geraram a inconformidade do treinador gremista: a expulsão de Bruno Alves e um suposto pênalti não marcado em André Henrique.
— Vi no vestiário, o Bruno não toca [em Fagner]. Mas tudo bem. Agora, o agarrão no André… para que tem o VAR, então? Na maioria dos jogos, o VAR vai passear — disparou Renato.
Corinthians também se sentiu prejudicado, e dirigentes se revoltaram
A reclamação do treinador do Grêmio acontece depois de jogo em que o Corinthians também se sentiu muito prejudicado. Logo aos seis minutos, o árbitro Rodrigo José Pereira de Lima não marcou pênalti de João Pedro em Matheus Bidu. Na sequência, Bruno Méndez foi expulso diretamente, com participação do VAR, devido à falta muito dura em Ferreira. Questionado sobre isso, Renato disse que, de onde estava, era impossível ver se foi pênalti ou não.
No intervalo, o gerente de futebol do Corinthians, Alessandro Nunes, bateu na sala do VAR (que estava vazia, já que a operação não é feita do estádio). E o treinador do Grêmio também revelou outro incidente que ocorreu nos bastidores da Arena do Grêmio.
— O presidente do Corinthians chutou a porta do árbitro, na frente do vestiário do Grêmio. O que vou fazer sobre isso? Por que ninguém chutou a porta do VAR e do árbitro quando não deram pênalti para a gente lá em São Paulo? — questionou Renato, retoricamente. No empate em 4 a 4 na NeoQuímica Arena, pela 15ª rodada, a arbitragem não marcou pênalti após toque no braço de Yuri Alberto, no último lance do jogo.
Renato explica estratégia inicial e, depois, com um jogador a mais
Em relação ao jogo em si, Renato explicou a estratégia adotada. Inicialmente, escalou o Grêmio no 4-2-3-1, com a entrada de Cristaldo no lugar de Ronald, diante de um Corinthians que veio com três zagueiros.
— O adversário tem todo direito de vir com qualquer esquema. Em primeiro lugar, três zagueiros é o respeito que eles tem pelo Grêmio. Nós ganhamos o jogo do Botafogo basicamente com esse esquema que começamos. Hoje fomos mais ofensivos, coloquei mais um meia e tirei o Ronald. Criamos pouco no primeiro tempo, mudamos no segundo tempo.
Essa mudança tática ocorreu aos 14 minutos da segunda etapa. Tendo um jogador a mais, Renato promoveu os ingressos de André Henrique e João Pedro Galvão. Com três centroavantes em campo, o Grêmio abusou dos cruzamentos — foram 48 ao longo de toda partida.
— O Corinthians fez duas linhas de quatro, deixando um jogador na frente. Se fechou bem, ficou difícil entrar. O que tínhamos que fazer? Jogadas pelo lado, e aí colocar bolas na área. Não tem outra opção. Por isso coloquei o João e o André, juntamente com Suárez. Foram vários cruzamentos, alguns a gente ganhou, outro perdeu. Era o que tinha que fazer, por dentro estava praticamente impossível.
Renato evita terra arrasada e ainda vê briga aberta pelo título
Apesar da derrota, que faz com que o Grêmio caia para a 3ª colocação, com 59 pontos, Renato ainda vê tudo aberto na briga pelo título brasileiro. Restam quatro rodadas, em que o Tricolor Gaúcho terá pela frente Atlético-MG, Goiás,
— O Grêmio ainda tem possibilidade de ser campeão. Tem muita coisa que acontece no futebol. Há duas semanas ninguém duvidava que o Botafogo seria campeão — comentou.
O treinador também fez questão de não alimentar discurso de terra arrasada, apesar da frustração dos mais de 50 mil gremistas que estiveram na Arena. Como de praxe, Renato demonstrou confiança no seu elenco.
— Não vamos achar agora que está tudo errado. O Grêmio é o 3º colocado do Campeonato Brasileiro. Se tivesse perdido para o Botafogo, líder do campeonato, e ganhasse aqui, estava tudo bem, todo mundo elogiando. Chegamos até aqui com esse grupo. Vou sempre defender e elogiar meu grupo. Meu grupo não deve nada para ninguém. Ninguém fica tanto tempo na parte de cima da tabela à toa — pontuou.
Por fim, Renato confirmou que dará quatro dias de folga durante a Data Fifa. Ele frisou que isso será feito por todas as equipes. Irônico, ainda deu abertura para os repórteres perguntarem o que quisessem sobre o tema, já que a última folga do treinador, após a derrota no clássico Gre-Nal, gerou polêmica.
Por Trivela
0 commentarios:
Postar um comentário