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6.11.23

Internacional leva a melhor em ‘batalha dos desesperados’ e complica o Cruzeiro

 Após dois tropeços em casa, Internacional vence por 2 a 1 no Mineirão e complica Cruzeiro na briga contra o rebaixamento

O Internacional se recuperou dos dois tropeços consecutivos em casa, contra Coritiba e América-MG, e venceu o Cruzeiro, neste domingo (5), no Mineirão, em Belo Horizonte/MG, em partida válida pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. Maurício e Wanderson marcaram os gols colorados, e Bruno Rodrigues, de pênalti, o celeste.

O resultado complica o Cruzeiro na briga contra o rebaixamento. Com 37 pontos, na 16ª colocação, a Raposa entrará no Z-4 em caso de vitória do Vasco sobre o líder Botafogo, nesta segunda-feira (6). Já o Inter volta a se afastar da parte de baixo da tabela, e é o 11º, com 42 pontos.

Zé Ricardo repete escalação do Cruzeiro

Com poucos desfalques, o treinador Zé Ricardo conseguiu repetir a escalação do Cruzeiro pelo terceiro jogo seguido. Contra o Internacional, somente Kaiki, lesionado, e Rafael Elias, suspenso, foram baixas. Assim, o time celeste iniciou a partida coma: Rafael Cabral; William, Neris, Luciano Castán e Marlon; Matheus Jussa, Filipe Machado e Lucas Silva; Matheus Pereira, Arthur Gomes e Bruno Rodrigues.

Cruzeiro improdutivo no ataque e inseguro na defesa

Empurrado por 36 mil torcedores, o Cruzeiro começou o jogo marcando a saída de bola do Inter e atrapalhando o time gaúcho a construir jogadas. Mais presente no campo ofensivo, o time celeste chegou a assustar a defesa do time gaúcho com alguns cruzamentos perigosos. Finalização de fato, apenas com Bruno Rodrigues, num chute para fora aos três minutos.

Se atacando, o Cruzeiro conseguia incomodar, defensivamente, o time não estava bem e por duas oportunidades o Inter chegou com muita facilidade na área celeste. No primeiro lance, aos 7 minutos, Castán travou o chute de Enner Valencia. Mas aos 13, o Colorado teve muita facilidade para tocar entre os defensores mineiros até que ela chegasse em Maurício, cria da base celeste, que marcou e não comemorou.

Após o gol, o cenário do primeiro tempo se manteve, com o Cruzeiro tentando pressionar o Inter em seu campo. Mas, com dificuldade no último passe, a Raposa finalizava pouco. Na direção do gol, apenas aos 23, com Matheus Jussa, que bateu de fora para Rochet segurar. Aos 30, a cena se repetiu e Jussa finalizou de longe para o goleiro do time gaúcho pegar em dois tempos.

Matheus Pereira acerta a trave

Aos 32, saiu a melhor chance celeste no primeiro tempo. Após uma falta próxima a linha de fundo do lado direito, Matheus Pereira e Lucas Silva se colocaram para a cobrança. O camisa 16 deixou para o 96, que bateu com efeito, de esquerda, acertando a trave do Internacional, tirando um “uh” da torcida celeste.

Vaias para o time e para a arbitragem

O torcedor que esteve no Mineirão acompanhou um Cruzeiro pouco inspirado ofensivamente e extremamente inseguro na defesa. Com estratégia de sair no contra-ataque, o Inter nem precisou se preocupar em construir jogadas. Diversas chances do Colorado saíram após ligações diretas onde os defensores celestes, em especial Neris e Luciano Castán, bateram cabeça.

Com o apito final do primeiro tempo, a torcida vaiou o desempenho do time. A arbitragem de Matheus Delgado Candançan (SP), também não foi perdoada. Os cruzeirenses demonstraram insatisfação com a não marcação de possíveis faltas para a Raposa.

Cruzeiro volta do intervalo com o mesmo time e os mesmo problemas

O Cruzeiro voltou para o segundo tempo sem alterações, mas os problemas continuaram os mesmos. Sem assustar o Inter e perdendo bolas bestas, o time celeste viu os adversários gaúchos ampliarem em mais um apagão da zaga estrelada, que viu Wanderson passar como quis entre três jogadores, após Machado perder disputa para Johnny, e marcar.

Zé Ricardo é chamado de “burro”

Se as coisas já estavam difíceis desde o início do jogo, com o segundo gol do Inter, o Cruzeiro definhou em campo. Muito confortável, o Colorado dava campo ao time celeste, que não criava nada. Zé Ricardo então decidiu mexer no time. Primeiro tirou Filipe Machado, que recebeu algumas vaias, e colocou Nikão.

Depois, aos 24 minutos, sacou Matheus Pereira e colocou Mateus Vital. A mudança irritou muito a torcida celeste, que passou a gritar chamando o treinador de “burro”.

Cruzeiro acerta segunda bola na trave

Se o desempenho não ajudava, a sorte também não estava ao lado do Cruzeiro. Aos 26, o árbitro marcou toque de mão próximo a meia-lua da área do Inter. Marlon foi para a bola e carimbou o travessão, acertando a segunda bola do time celeste no poste durante a partida.

Zé Ricardo aciona a base

Com 2 a 0 no placar, Zé Ricardo decidiu tirar Arthur Gomes e Matheus Jussa e colocar os jovens Robert e Ian Luccas, crias da base do clube. Apesar de dar novo fôlego ao time, a dupla não teve condições de criar chances com o time já entregue.

Torcida xinga Ronaldo

Aos 43, a torcida celeste perdeu a paciência de vez e passou a xingar o time de “Sem vergonha”e  “Pipoqueiro”. O ex-jogador Ronaldo Nazário, dono da SAF do clube, também não foi perdoado e a torcida passou a mandá-lo “tomar no c…”.

 

Pênalti, gol e terceira bola na trave

Aos 44, Bruno Rodrigues fez jogada individual e foi derrubado na área. Pênalti. Na bola, o próprio camisa 9 foi para a cobrança e marcou, batendo no meio do gol. A diminuição no placar serviu para acordar a torcida, que passou a gritar de forma ensurdecedora.

Dois minutos após o gol, mais um lance dramático. Vital recebeu bola e de fora da área mandou uma bomba na trave de Rochet. A terceira bola na trave do Cruzeiro no jogo, mas nada do empate sair.

Dalbert volta a ser titular no Internacional, mas com posicionamento diferente

No lado do Internacional, sem poder contar com Renê e Nico Hernández, lesionados, o técnico Eduardo Coudet voltou a iniciar com o contestado Dalbert. Diferentemente dos jogos anteriores, o lateral-esquerdo se postou mais na base da jogada, realizando a saída de três com os zagueiros, assim como acontece quando o titular está em campo.

Efetivo, Internacional abre o placar após mais de um minuto de posse de bola

Foi a partir dessa estrutura, que fazia Wanderson dar amplitude pela esquerda, que o Inter construiu o belo gol de abertura no placar. Em um minuto e cinco segundos de posse, a bola rodou de um lado para outro. Wanderson tabelou com Alan Patrick próximo à linha lateral e inverteu para Enner Valencia. Lúcido, o centroavante brecou e rolou para Bustos, que tocou para Maurício fazer valer a “Lei do Ex”.

 

Se em outros jogos o Inter teve dificuldade para converter as diversas oportunidades em gols, no primeiro tempo contra o Cruzeiro nem foi preciso criar tanto. Além do gol de Maurício, o Colorado teve duas finalizações de Enner Valencia, uma travada e uma fora, e outra de Alan Patrick, que não pegou bem em chute cruzado.

Internacional aposta em jogo reativo, e Wanderson amplia

Ainda que o Cruzeiro tenha tido mais posse de bola — 60% — e presença ofensiva ao longo da primeira etapa, o Inter conseguia defender relativamente bem a própria área. As conclusões mais perigosas da Raposa surgiram a partir de chutes de fora, em que Rochet fez defesas seguras, e da bola parada de Matheus Pereira, que acertou a trave.

A aposta colorada em um jogo mais reativo, a partir da vantagem no placar, se intensificou na volta para o segundo tempo. Bustos voltou a apresentar alguma fragilidade na marcação pelo lado direito, mas o Cruzeiro pouco aproveitou. Quando chegou ao fundo no setor, Johnny afastou mal o cruzamento, e Machado teve duas oportunidades de finalizar, sem sucesso. A resposta colorada veio na sequência, em chute de Wanderson, num prenúncio do que viria a seguir. 

O Colorado explorava o nervosismo da Raposa. O segundo gol nasceu de erro na saída de bola adversária. Johnny pressionou, desarmou e rolou para Wanderson, que acertou bom chute cruzado e rasteiro.

 

Coudet fecha o time, e final de jogo volta a ser filme de terror para o Internacional

O Inter tinha o jogo controlado. Mas, como quase sempre acontece, perdeu fôlego a partir da metade do segundo tempo. O gatilho para Coudet mexer na equipe foi a bela cobrança de falta de Nikão, que acertou o travessão. O treinador colorado resolveu fechar o time, assim como aconteceu contra o Vasco. De uma tacada só, saíram Aránguiz, Maurício e Alan Patrick para as entradas de Igor Gomes, Rômulo e Bruno Henrique. Com Igor na lateral, Bustos foi adiantado para a segunda linha e o Inter passou a se defender em um 4-1-4-1 de bloco bem baixo, apenas com Enner Valencia à frente. 

A estrutura e a estratégia não se modificaram com as posteriores entradas de Gabriel e Pedro Henrique nos lugares de Johnny e Wanderson. Quando roubava a bola, ao invés de acelerar, o Inter optava por valorizá-la. O problema foi quando a perdeu, dando a Bruno Rodrigues a possibilidade de arrancar no contra-ataque e sofrer o pênalti que ele mesmo converteu.

Os últimos minutos foram de um repetido e previsível filme de terror para o Inter, visto também em São Januário. A sorte foi que, assim como no Rio de Janeiro, a pressão adversária não resultou no gol do empate, apesar de bola na trave de Matheus Vital e reclamação de pênalti de Castán.

Estatísticas de Cruzeiro 1 x 2 Internacional – Campeonato Brasileiro 2023

  • Posse de bola: 62% x 38%
  • Chutes: 20 x 9
  • Chutes a gol: 5 x 3
  • Gols: Maurício, aos 13′ do 1T, Wanderson, aos 7′ do 2T (I) e Bruno Rodrigues, aos 46′ do 2T

Por Trivela

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