Em duelo com polêmicas de arbitragem no Santiago Bernabéu, Seleção empata por 3 a 3 com os donos da casa
As gerações futuras talvez se lembrem da noite gelada desta terça-feira (26) como um marco do início de um duelo que pode marcar época no futebol espanhol – e mundial. Em um Santiago Bernabéu lotado, Endrick, de 17 anos, e Yamal, de 16, estiveram frente a frente e mediram forças pela primeira vez. Cada um a sua maneira, os garotos que logo se enfrentarão por Real Madrid e Barcelona foram protagonistas de suas equipes. O espanhol infernizou a defesa brasileira a dribles e participou dos dois gols. O atacante do Palmeiras entrou em campo e precisou de cinco minutos para balançar as redes pela segunda vez nesta Data Fifa.
O duelo entre Espanha e Brasil foi uma prévia do que o futuro nos reserva. Uma pena que o árbitro português António Nobre tenha ofuscado tanto talento com três pênaltis marcados – dois deles bem polêmicos, favoráveis aos donos da casa e convertidos por Rodri. Menos mal que Paquetá também marcou o seu e foi assim que Espanha e Brasil empataram por 3 a 3.
Espanha passeia no primeiro tempo
Se a Seleção viveu uma atuação segura, digna de restabelecer a confiança, na vitória por 1 a 0 sobre a Inglaterra, tudo isso ruiu a partir do apito inicial no Santiago Bernabéu. O que se viu em campo foi um Brasil que virou presa fácil para a Espanha durante os 45 minutos iniciais de partida. E coube a um jovem de 16 anos conduzir os donos da casa a um verdadeiro passeio no primeiro tempo.
Yamal simplesmente acabou com o jogo com suas investidas em velocidade pelo lado direito. O marcador ora era Wendell, ora Beraldo e ora João Gomes. Não importa. O garoto passou por cima de todos eles na primeira etapa, enquanto Nico Williams também aprontava pela esquerda.
Logo aos 9 minutos, Yamal caiu dentro da área após um bote de João Gomes. Sem VAR, o árbitro assinalou um pênalti bem duvidoso, convertido por Rodri para abrir o placar. O gol só reforçou a soberania da seleção espanhola no Bernabéu. A Seleção tentava escapar apenas em arrancadas nada inspiradas de Vini Jr. Quem estava inspirado, de fato, era Dani Olmo. Aos 35, ele recebeu de Yamal, aplicou uma caneta em Beraldo, ganhou a dividida de Bruno Guimarães e anotou um senhor golaço para ampliar a vantagem dos donos da casa.
Mas gol de Rodrygo dá esperanças antes do intervalo
Os madridistas estavam ansiosos para ver Endrick em campo. Por tudo e por tanto que sofreu e vem sofrendo, Vini Jr era o grande personagem do jogo, com a braçadeira de capitão. Mas o primeiro a roubar a cena foi o menos badalado do trio de brasileiros do Real Madrid no Bernabéu – o que não quer dizer exatamente que ele não seja badalado.
Coube a Rodrygo marcar um gol que deu esperanças ao Brasil antes do intervalo. Minutos após a pintura de Dani Olmo, a Seleção adiantou sua marcação para pressionar a saída de bola da Espanha. Unai Simon afinou o taco ao tentar um passe para a frente e entregou a bola nos pés do camisa 10 brasileiro. O Raio não teve dificuldades para encobrir o goleiro adversário para recolocar a equipe no jogo.
Endrick mostra que Seleção é ele e mais dez
Endrick pisou o gramado do Bernabéu para entrar em campo no segundo e nem precisou do anúncio no sistema de som para ser ovacionado pelos torcedores da casa. Os madridistas estavam ansiosos para ver aquele que é o futuro do clube em campo. E ele apenas mostrou que já pode ser considerado o presente. O garoto de 17 anos precisou de apenas cinco minutos para empatar a partida. O atacante aproveitou sobra em cobrança de escanteio e emendou de primeira da entrada da área, sem chances para Unai Simon. Na comemoração, o brasileiro fez questão de abraçar seu pai na arquibancada.
Sem VAR, pênaltis viram bagunça
Mas engana-se quem pensou que o gol serviria para fazer o Brasil se impor em campo para buscar o empate. Mesmo com as trocas feitas por Dorival – além de Endrick, Andreas Pereira e André entraram nos lugares de João Gomes e Bruno Guimarães –, a Espanha seguiu superior. A Fúria teve mais posse de bola e abusou bastante da verticalidade de seus dois extremas – duas tônicas de toda a partida.
Não foi à toa que os espanhóis encerraram a partida com 19 finalizações, contra apenas do dez do Brasil. Uma prova de que a Espanha talvez “merecesse” vencer. Mas a vitória só veio, mesmo, com mais um pênalti polêmico assinalado pela arbitragem após um choque entre Carvajal e Beraldo. Rodri converteu a cobrança. E quando parecia não haver mais esperanças, a arbitragem assinalou pênalti para a Seleção. Coube a Paquetá marcar para empatar a partida e dar números finais.
Ovacionado, Vini segue sem render pelo Brasil
O grande personagem de uma partida disputada para ser campanha contra o racismo, especialmente após a sua entrevista coletiva histórica na última segunda-feira (25), Vini Jr até vestiu a braçadeira de capitão da Seleção. Um gesto emblemático, mas que não se refletiu em protagonismo em campo. O atacante segue sem conseguir ser pelo Brasil o que ele é pelo Real Madrid. Mesmo assim, deixou o gramado do Bernabéu ovacionado pela torcida.
Quando o Brasil volta a jogar?
Agora, a Seleção só volta a jogar às vésperas da Copa América. Dorival Júnior terá dois testes em amistosos contra México, em 7 de junho, e Estados Unidos, em 12 junho, antes da disputa da competição. A estreia está marcada para 24 de junho, contra a Costa Rica. O Brasil está no Grupo D, que conta ainda com Colômbia e Paraguai.
Por Trivela
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