O Palmeiras de Abel Ferreira conquista um tricampeonato estadual, que não vinha desde 1934, com virada sobre o Santos
Quem dá a bola, manda no Estado e levanta os troféus, pelo terceiro ano seguido, é a Sociedade Esportiva Palmeiras.
Com muita garra e a disposição de quem jogava uma final de Copa Libertadores, o time da virada virou e reverteu a derrota por 1 a 0 para o Santos, na ida, e conquistou seu primeiro tricampeonato paulista em 90 anos. Raphael Veiga, de pênalti, e Aníbal Moreno fizeram os gols que coroaram a 26ª conquista estadual alviverde.
A conquista beira o inevitável. Mais bem estruturado, mais bem organizado, mais bem administrado. E, acima de tudo, o mais bem treinado entre todos os clubes do Estado de São Paulo: o Palmeiras tinha de ser o dono do Campeonato Paulista.
Abel Ferreira é agora o técnico que mais títulos conquistou com a camisa do Palmeiras. Com dez, o português se iguala ao lendário Oswaldo Brandão e se converte, ele mesmo, em uma lenda incontestável.
Com a taça, o Palmeiras também permite que Endrick, já que é para falar em lenda, saia campeão do seu último campeonato inteiro com a camisa do clube que o revelou.
Um time inédito
Abel Ferreira escalou o Palmeiras numa formação muito conhecida taticamente, mas inédita do ponto de vista dos nomes. Voltou o 4-3-3, saiu Marcos Rocha, e Lázaro começou como titular.
Embora Lázaro claramente ainda estivesse deslocado, o estilo de jogo funcionou. Por todo o primeiro tempo, o Palmeiras “se esparramaria” em campo e faria o Santos mover muito sua defesa para tentar neutralizar o ataque com três homens.
Mas o Peixe esteve longe de estar morto em campo. Aos 5, em um chute de Pituca da entrada da área, Weverton teve de fazer uma defesa espetacular para evitar o gol.
O Palmeiras com três homens na frente se dava ao luxo de ter Endrick um pouco mais longe da área, auxiliando muito a armação. Aos 9, em uma trama que coçou na direita com o 9, a bola rodou o campo e voltou para a direita. Mayke chutou forte, e Gil teve coragem para salvar de cabeça, em cima da linha.
Aos 28, veio a jogada que começou a definir o destino do jogo. Após um escanteio santista resultar em tiro de meta, Weverton bateu rápido e encontrou Endrick já quase na área do Santos.
A jogada não seria concluída, pois o atacante do Palmeiras adiantou muito a bola. Mas Felipe Jonatan e João Paulo se embolaram com o atacante. As pernas de Endrick de fato se enroscaram com as do camisa 9. E, após mais de três minutos de VAR, Raphael Claus apontou o penal. Que Veiga transformou em 1 a 0.
O Palmeiras não desceu para o vestiário com o 2 a 0 por muito pouco. Aos 50, Murilo cabeceou sozinho, uma jogada feita pela esquerda do ataque — cruzamento de Piquerez.
Muito Palmeiras
O Verdão fez da segunda etapa uma continuação dos minutos finais do primeiro tempo. Com muito volume, o time de Abel Ferreira era muito perigoso com bolas invertidas, que o ataque ajeitava de cabeça para quem vinha de frente.
Endrick, embora longe da área, era quem armava o Palmeiras, da direita para dentro do campo. O segundo gol saiu de uma jogada começada por ele, que tabelou com Veiga e acionou Flaco. O argentino deixou passar para Piquerez.
O uruguaio limpou a jogada para o pé direito e cruzou na cabeça de Flaco, que subiu demais e arrumou para Aníbal Moreno entrar com oportunismo e fazer o segundo do Palmeiras.
Em vez de matar o Santos, o gol acordou de vez os alvinegros. Os minutos finais foram de um Santos inteiramente no ataque, com o Palmeiras tentando se aproveitar do tudo ou nada santista.
Nada para o Santos. Tudo para o campeão paulista de 2024.
Por Trivela
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