Conselho Nacional de Justiça identificou falta do dever de cautela, de transparência, de imparcialidade e de prudência; item é o 13º da pauta
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deve julgar nesta terça-feira (16) a correição aberta para analisar a operação Lava Jato e que pode avaliar a atuação do ex-juiz Sergio Moro, hoje senador (União Brasil-PR).
Em relatório, o CNJ identificou falta do dever de cautela, de transparência, de imparcialidade e de prudência de juízes e desembargadores que atuaram na operação. O item é o décimo terceiro da pauta.
O documento mostra o resultado parcial da correição extraordinária realizada na 13ª Vara Federal de Curitiba e na 8ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em que tramitam processos relacionados. De acordo com o relatório, o trabalho de inspeção encontrou uma “gestão caótica” no controle de valores com origem nos acordos de colaboração e de leniência firmados com o MPF (Ministério Público Federal) e homologados pela Justiça Federal do Paraná.
Também serão analisadas as condutas da juíza federal Gabriela Hardt, que atuou na 13ª Vara Federal de Curitiba, e dos desembargadores Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, Loraci Flores de Lima e do juiz federal Danilo Pereira Júnior. Nessa segunda (15), o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, decidiu afastá-los da magistratura.
Em maio do ano passado, Salomão determinou a inspeção do funcionamento das unidades. Ele levou em consideração a existência de pelo menos 30 reclamações disciplinares contra juízes e desembargadores que atuam na 13ª Vara Federal de Curitiba e na 8ª Turma do TRF-4.
Em setembro de 2023, Moro rebateu o relatório do CNJ que identificou parcialidade de magistrados e “gestão caótica” na Lava Jato. O ex-juiz se manifestou nas redes sociais.
“Em 60 dias de correição da 13ª Vara Federal pela Corregedoria Nacional de Justiça, nenhum desvio de recurso foi identificado, conforme sempre afirmei. Observo que o relatório que sugere possíveis irregularidades é mera opinião preliminar da Corregedoria do CNJ sem base em fatos”, disse ele, à época.
Por portal Correio com R7, em Brasília
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