Jogando em casa, seleção americana foi eliminada da Copa América após derrota para o Uruguai
Uma tragédia anunciada. É como pode ser descrita a eliminação dos Estados Unidos na fase de grupos da Copa América, após a derrota para o Uruguai, por 1 a 0, nesta segunda-feira (1º).
Sim, perder para o Uruguai não é um resultado inesperado, mas a derrota para o Panamá, por 2 a 1, após uma expulsão completamente infantil de Tim Weah colocou os norte-americanos em uma situação extremamente complicada.
A eliminação enquanto sediava o torneio pode ser considerada um reflexo da bagunça em que se encontra a US Soccer, principalmente no atual ciclo de Copa do Mundo, que será disputada em casa (também).
Sob o comando de Cindy Parlow Cone, JT Batson e Matt Crocker, a federação americana passa por um momento bastante conturbado.
Gregg Berhalter, que não foi lá tão bem no ciclo da Copa do Mundo de 2022, ficaria apenas até o final daquele ano, já que seu contrato se encerrava em 31 de dezembro.
Pouco depois do Mundial, Berhalter foi acusado pela família Reyna de violência doméstica contra sua então namorada em 1992. O problema? A revelação teria acontecido porque Giovani Reyna, filho de Claudio Reyna — ex-jogador da seleção e grande amigo de Berhalter –, não teria atuado durante o torneio.
A US Soccer fez uma investigação que contou com a participação de dois ex-companheiros de seleção de Reyna e Berhalter — Earnie Stewart, diretor da US Soccer, e Brian McBride, gerente da seleção. A conclusão foi de que o ex-zagueiro poderia ser empregado novamente.
Não demorou para que Berhalter fosse anunciado de volta, sem parecer que tinha saído, em junho de 2023, após os EUA conquistarem de forma convincente a Liga das Nações da Concacaf em março daquele ano, sob o comando do interino BJ Callahan.
Berhalter voltou e não demorou para mostrar o motivo de quase ter saído, caindo para o Panamá na semifinal da Copa Ouro, mostrando pouco futebol nos jogos do mata-mata — a classificação contra o Canadá nas quartas veio só nos pênaltis.
Já em 2024, mais um título de Liga das Nações, batendo Jamaica e México, mas a derrota para a Eslovênia e a goleada vexaminosa ante a Colômbia lembraram a todos que Berhalter não tem nível para comandar uma seleção.
Tudo isso enquanto o melhor técnico norte-americano da última década, Jesse Marsch, assumia a seleção canadense e, se não mostrava evolução em relação ao trabalho de John Herdman, pelo menos mantia o nível, culminando na classificação para as quartas de final em sua primeira participação na Copa América.
Outro nome com raízes norte-americanas, Fabian Hürzeler estava na segunda divisão alemã e talvez poderia ser convencido a assumir o USMNT. Agora, o ex-St. Pauli se tornou o técnico mais jovem da história da Premier League ao ser contratado pelo Brighton.
Tendo a sua melhor geração da história, com vários de seus principais jogadores sendo importantes para grandes clubes europeus, os Estados Unidos se encontram em um beco sem saída.
A solução caseira (que já não funcionava) não engrenou, suas principais alternativas já acharam novos empregos e a busca por um técnico que possa tirar o máximo do talento deve ser extremamente complicada.
Não surpreenderia se (de novo) a US Soccer ficasse parada no mesmo lugar e deixasse Berhalter desperdiçar, por mais ainda mais tempo, o que é tida como a melhor equipe que os norte-americanos já tiveram.
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