Conclusão, que ainda não foi publicada em meio científico, é de pesquisadores da Bélgica e da Holanda. Em outro estudo, cientistas da Finlândia simularam, em vídeo, como o vírus da Covid-19 se espalha pelo ar em um ambiente fechado.
O estudo ainda não foi publicado em revista científica, mas já foi divulgado pelas universidades responsáveis. (Foto: Reprodução) |
Uma pesquisa feita por cientistas da Bélgica e da Holanda recomenda que, durante a pandemia de Covid-19, as pessoas devem manter distância de até 20 metros umas das outras em exercícios físicos ao ar livre, a depender da atividade.
O estudo ainda não foi publicado em revista científica, mas já foi divulgado pelas universidades responsáveis – a Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, e a Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na Holanda – por ter sido considerado urgente para ajudar no combate ao novo coronavírus.
Os cientistas analisaram simulações feitas em computador de movimentos de caminhada, corrida e pedalada e concluíram que as gotículas de saliva emitidas pelas pessoas durante esses exercícios ficam no ar logo atrás delas enquanto elas se movimentam.
Por isso, recomendaram que, em atividades físicas ao ar livre, o ideal é manter a seguinte distância mínima das outras pessoas:
*Caminhada - ficar longe entre 4 e 5 metros da pessoa que está à sua frente;
*Corrida - ficar longe pelo menos 10 metros da pessoa que está à sua frente;
*Pedalada - ficar longe pelo menos 20 metros da pessoa que está à sua frente.
*Corrida - ficar longe pelo menos 10 metros da pessoa que está à sua frente;
*Pedalada - ficar longe pelo menos 20 metros da pessoa que está à sua frente.
Os pesquisadores, que estudam aerodinâmica, não analisaram o vírus da Covid-19, mas, sim, a forma com que as gotículas de saliva viajam pelo ar. Essas gotículas são a forma de transmissão do vírus.
"As gotículas que nós geramos quando respiramos ou exalamos o ar são muito pequenas, na verdade, e não viajam para muito longe. Se estivermos falando e estamos parados, a uma distância de 1,5 metros [distância mínima recomendada pela OMS], as suas gotículas não vão me alcançar e nem as minhas vão alcançar você", explicou o professor Bert Blocken, líder do estudo, em entrevista.
De acordo com as simulações, esse distanciamento mínimo faz menos diferença se as pessoas estiverem andando ou correndo ao lado uma da outra em tempo calmo, sem vento.
Outra forma de evitar as gotículas dos outros que caminham à frente é manter uma linha diagonal, em vez de caminhar ou pedalar diretamente atrás da outra pessoa.
"Se você anda logo atrás da outra pessoa, e relativamente rápido, a 4km/h, precisa manter uma distância de 4 a 5 metros ou chegar um pouco para o lado, para não estar na corrente de ar do outro", explicou Blocken. "Você precisa deixar as gotículas caírem no chão, e por isso não pode andar muito rápido. Ou, então, manter uma longa distância da outra pessoa".
Ele recomenda, para evitar essas gotículas, que as pessoas usem máscaras durante atividades físicas ao ar livre ou que se exercitem em casa.
O vírus da Covid-19 é transmitido pelo ar?
Os cientistas não sabem com certeza, mas estão discutindo isso.
Uma pesquisa publicada em 17 de março por várias universidades americanas apontou que o novo coronavírus (Sars-Cov-2) pode permanecer no ar em forma de gotículas por até 3 horas e continuar infeccioso.
Mas, segundo a OMS, uma análise de 75,4 mil casos de Covid-19 na China não demonstrou esse tipo de transmissão. A entidade reforça que a forma de transmissão é pelo contato direto com as gotículas de alguém infectado ou com uma superfície contaminada.
Apesar disso, a organização reconheceu, em uma nota do dia 29 de março, que a transmissão pelo ar da Covid-19 "pode ser possível" durante procedimentos de aerossol – por exemplo, uma entubação de alguém infectado.
Já uma carta publicada no dia 1º pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NAS, na sigla em inglês) admite a possibilidade de que o vírus pode se espalhar até quando alguém respira – e não somente tosse ou espirra.
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