Tecnologia do Blogger.
21.10.23

Fausto Vera dá sinais de que o Corinthians 2023 foi mais bagunçado do que já se imaginava

 Corinthians perdeu 'meses de trabalho' segundo Fausto Vera, que expôs ainda mais falhas da gestão Duilio

Após 12 dias de descanso e treinos do técnico Mano Manezes pela Data Fifa, o Corinthians mostrou melhora no empate em 3 x 3 com o Fluminense na última quinta-feira (19), principalmente pela intensidade e bons contra-ataques no primeiro tempo. Na zona mista ao término da partida, o meio-campista Fausto Vera, voltando a jogar depois de 46 dias, citou o que foi trabalhado na paralisação, exaltando a questão tática imposta pelo treinador que chegou no fim do último mês e mostrando como as escolhas da gestão encabeçada pelo presidente Duilio Monteiro Alves minaram qualquer possibilidade de pretensões maiores para o clube em 2023.

– Trabalhamos a parte tática [durante a Data Fifa] que a gente precisava melhorar. Perdemos muito meses de trabalho também. Agora temos que melhorar, aproveitar que o treinador está fazendo as coisas bem, estar junto para sair dessa situação e já pensar nas próximas vitórias – detalhou Vera.

Ao dizer que o Corinthians perdeu muitos meses de trabalho, o jogador argentino expôs como o experiente e supercampeão Vanderlei Luxemburgo, que ficou no cargo de técnico por pouco mais de quatro meses, teve um trabalho áquem de sua história, especialmente na questão tática, como aconteceu em clubes anteriores. A saída do treinador de 71 anos era inevitável, mas até o “timing” escolhido por Duilio e o gerente de futebol, Alessandro Nunes, foi errado.

A fala de Vera diminuindo o que foi o comandante anterior pesa também porque o time ainda não venceu em quatro jogos com a nova comissão técnica – o que mostra que o trabalho no dia a dia, por vezes, supera o resultado dentro de campo pela aleatoridade que está inserida no futebol. Apesar de mostrar reação nos empates com Flamengo e Flu, o Corinthians perdeu para São Paulo e Fortaleza (este, eliminando da semifinal da Copa Sul-Americana) nos dois jogos iniciais com Mano Menezes – no clássico paulista, o auxiliar Sidnei Lobo comandou o time pela suspensão do treinador.

 

Chegada de Mano aconteceu em meio às semifinais da Sul-Americana

Além do pouco trabalho tático visto dentro dos gramados, a forma que Luxemburgo se comunicava nas entrevista coletivas, como se houvesse um outro futebol que ele via, inflamava as críticas e os pedidos de demissão da torcida – o técnico chegou a afirmar que, na volta da semifinal da Copa do Brasil, o plano era perder por 1 x 0 no primeiro tempo, mas sofreu dois na etapa inicial e terminou eliminado para o rival São Paulo.

Em algum momento com o experiente treinador o Corinthians chegou a ficar 11 partidas invicto, mas o campo não mentia: os resultados eram acima do que o time mostrava e muitas vezes pautados na qualidade individual de alguns atletas, como o ídolo corintiano Cássio e em alguns momentos Róger Guedes, que saiu em agosto. A queda da invencibilidade veio na eliminação na Copa do Brasil para o Tricolor no Morumbi e menos de duas semanas depois outro revés dolorido para o Estudiantes pela contagem mínima, mas poderia ter sido 3, 4 ou 5 com as quatro bolas na trave do time argentino e as defesas do gigante goleiro, que brilhou nas penalidades e garantiu a vaga dentre os quatro melhores na Sul-Americana. Nesse momento, quase um mês antes da semifinal, talvez fosse o principal momento para troca no comando técnico, visto que Mano já estava livre de contrato.

 

A gestão corintiana demorou a agir e tomou a decisão em meio aos jogos decisivos. Após empatar em 1 x 1  a ida da semi da Sula com o Fortaleza em São Paulo, Duilio e Alessandro optaram por interromper o trabalho de Luxa seis dias antes do jogo de volta e tendo um Majestoso em meio às decisões. Mano Menezes, desempregado desde a demissão no Internacional em junho, assumiu o desafio, mas sabia que seria muito difícil. Pelo pouco tempo, o resultado foi o esperado: duas derrotas, uma nova eliminação, a terceira na temporada, e mais um ano sem títulos.

Lazáro, Cuca e Luxa: o 2023 do Corinthians é um exemplo como não gerir um clube

Luxemburgo, o menor dos culpados da zona que é o Corinthians, não foi o único erro da gestão na temporada. Para começar 2023, os dirigentes do Alvinegro escolheram uma opção caseira para substituir o português Vítor Pereira. O então auxiliar Fernando Lázaro foi o anunciado em um período que o mercado contava com Dorival Júnior, depois campeão da Copa do Brasil pelo São Paulo. Sempre elogiado pelo entendimento que tinha da parte tática, Lázaro, há quase duas décadas anos no clube, durou quatro meses e retornou à função de auxiliar, mostrando ainda precisar amadurecer em alguns pontos e evoluir na gestão do grupo.

Horas após mover Lázaro para função de auxiliar, Cuca foi o escolhido, mas seis dias depois pediu para sair. O Corinthians sempre se exaltou pelas questões sociais que se engajou, mas ao contratar um técnico condenado por estupro na Suíça em 1989, a torcida fez uma pressão insustentável que o fez pedir demissão, apesar do apoio da Gaviões da Fiel, a principal organizada do clube.

Precisando dar uma resposta aos torcedores, os nomes de Tite e Mano Menezes foram ventilados, mas ambos recusaram por diferentes motivos (o primeiro não queria trabalhar no Brasil e o outro estava empregado). Depois, Roger Machado se aproximou do cargo, rapidamente tirado da pauta pela rejeição nas redes sociais. Tudo isso levou a contratação de Luxemburgo, resultando em tudo o que acontece agora com o clube.

 

As escolhas da gestão a colocam, negativamente, na história do clube. Com as eleições ao final desse ano, Duilio deixará a presidência e será o primeiro no cargo a não conquistar nenhum título em 36 anos. O último foi Roberto Pasqua, que administrou o clube entre 1985 e 1987.

No total, o Corinthians enfrenta fila de quatro anos sem uma taça, desde o Campeonato Paulista de 2019, vendo os rivais Palmeiras e São Paulo alcançarem um patamar acima, principalmente o maior rival, o Alviverde. Para finalizar o que será uma das piores gestões de sua história, terá que pontuar nas 11 rodadas finais do Brasileirão de 2023 para não ter nenhuma chance de cair pela segunda vez para Série B, visto que possui apenas dois pontos de vantagem para Santos e Goiás, os dois primeiros times no Z4.

Por Trivela

  • Comentar com o Gmail
  • Comentar com o Facebook

0 commentarios:

Postar um comentário

Item Reviewed: Fausto Vera dá sinais de que o Corinthians 2023 foi mais bagunçado do que já se imaginava Rating: 5 Reviewed By: Informativo em Foco