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10.10.23

O que foi diferente no Botafogo sob o comando de Lúcio Flávio?

 Vitória sobre o Fluminense dá amostras de um Botafogo que parece ter reencontrado a paz e tranquilidade para seguir na busca pelo título brasileiro

Depois de algumas semanas, o torcedor do Botafogo enfim voltou a sorrir. Na tarde deste domingo (8), o Glorioso fez as pazes com a vitória, bateu um Fluminense embalado no Maracanã e ainda contou com uma rodada perfeita para ampliar sua distância na liderança do Campeonato Brasileiro. O triunfo por 2 a 0 pode representar um momento chave de virada na temporada do Alvinegro. A equipe, agora treinada por Lúcio Flávio, recuperou a intensidade e a organização coletiva, características que marcaram a campanha histórica do clube no primeiro turno.

Destaque do Clássico Vovô, Júnior Santos foi o maior exemplo de que a confiança do Botafogo foi retomada com Lúcio Flávio e seu auxiliar Joel Carli no comando, pelo menos nesses primeiros dias após a demissão de Bruno Lage. Criticado por boa parte da torcida nas últimas partidas, o atacante não só marcou um gol, bem como serviu Tiquinho Soares no segundo tento e provou que pode usar sua força e velocidade em progressão para ajudar no desenvolvimento de jogadas e ser letal no terço final de campo.

Lúcio Flávio simplifica e faz Botafogo voltar a encantar

Simplificar muitas vezes é necessário na vida. E no futebol, isso não é diferente. Lúcio Flávio fez o famoso ‘feijão com arroz' com maestria no Maracanã e foi determinante para o sucesso do Botafogo no clássico contra o Fluminense. Quando a escalação inicial foi divulgada, o torcedor alvinegro certamente colocou um sorriso no rosto e consigo mesmo disse: “Finalmente! Agora vai!”.

Bem diferente de seu antecessor, Lúcio Flávio fez aquilo que todos esperavam. O ex-jogador do Glorioso escalou os atletas mais experientes e não apostou em improvisações sem sentido ‘à la Bruno Lage'. Com isso, Di Placido e Marçal voltaram às laterais, Tchê Tchê retornou ao meio-campo e Tiquinho Soares ao comando de ataque. A tarefa era fazer com que o coletivo retomasse a confiança e potencializasse o individual. A missão foi concluída com êxito e Lúcio Flávio ganhou pontos com John Textor e com a torcida alvinegra.

 

Aposta em Júnior Santos rendeu bons frutos no lado direito

Como citado acima, Júnior Santos foi uma das gratas surpresas do Botafogo neste domingo (8). A escalação do ponta-direita pela comissão técnica se mostrou uma decisão para lá de acertada e acabou sendo determinante para a construção da vitória no primeiro tempo. Mesmo quando produz pouco com a bola, o camisa 37 é quem se desdobra na marcação, fecha o corredor e deixa o time menos exposto quando é atacado.

Além da função defensiva, Júnior Santos também larga na frente de seus concorrentes de posição quando o assunto é atacar. A força física e explosão do jogador de 28 anos machuca o adversário e faz o Botafogo ganhar amplitude, profundidade e agressividade. E isso ficou claro logo no primeiro minuto de jogo. Júnior pressionou e descolou lateral no campo de ataque. Foi mais rápido que o adversário e recebeu a bola em boas condições para o cruzamento. Dito e feito. Colocou na cabeça de Eduardo, que parou em grande defesa de Fábio.

As virtudes de Júnior Santos colocaram o Glorioso em vantagem aos 19 minutos da etapa inicial. O camisa 37 atacou o espaço na faixa central de campo, ‘rasgou' a defesa do Fluminense e recebeu lançamento primoroso de Tchê Tchê. Cara a cara com Fábio, mostrou frieza e categoria ao driblar o experiente goleiro e balançar as redes tricolores. Substituído já na metade final do segundo tempo, o atacante cumpriu seu papel, provou que a escolha de Lúcio Flávio foi acertada e voltou a receber aplausos dos torcedores botafoguenses. Após a vitória, o comandante contou bastidores da conversa que teve com Júnior.

– Quando ele saiu, agradeceu por transmitir a confiança e dar a ele essa oportunidade. Falei que ele ainda tinha muito a ajudar o Botafogo, é um jogador que tem muito potencial, uma característica peculiar de muita fora, arranque e um jogador muito querido pelo grupo – disse Lúcio Flávio em entrevista coletiva.

 

O óbvio também precisa ser dito: Tiquinho Soares é titular

Tiquinho Soares não pode ser banco no Botafogo. Mais uma vez isso ficou claro e escancarou o erro crasso de Bruno Lage em seu último jogo à frente do Alvinegro. Com a ‘benção' de Lúcio Flávio e Carli, o camisa 9 voltou ao comando de ataque e fez aquilo que mais gosta: gol. Com um toque sutil e preciso, encobriu Fábio e anotou seu 15º tento no Campeonato Brasileiro, ampliando ainda mais a distância na liderança do ranking de artilheiros da competição.

Tiquinho Soares é sinônimo de gol. Mas a presença do centroavante em campo vai muito além disso. Principal liderança técnica da equipe, o artilheiro conta com a admiração e confiança total do elenco alvinegro. Durante os jogos, a sinergia do camisa 9 com os companheiros é notável e isso faz com que o Botafogo se aproxime das vitórias. De quebra, a arquibancada sempre dá o recado e nisso, ela tem total razão: “o dia já vem, raiando meu bem, Tiquinho Soares é fo**”.

Falar da relação de Tiquinho com a torcida é chover no molhado. Mesmo com pouco tempo de casa, o goleador já pode se considerar ídolo. Os gols, a dedicação em campo e o respeito que o centroavante sempre demonstrou pelo clube o colocam nesta seleta prateleira.

Tiquinho Soares mostra o muque ao comemorar mais um gol pelo Botafogo (Foto: Icon Sport)

A união faz a força

Mais do que os contra-ataques letais e a frieza de Júnior Santos e Tiquinho para decidir, o Botafogo resgatou pilares que sua torcida ansiava há algum tempo: espírito de luta, união e alegria para defender a camisa alvinegra em campo. E nisso, Lúcio Flávio, Joel Carli e companhia merecem todos os créditos. Afinal, não é fácil ‘assumir' um elenco desmotivado após derrotas sucessivas e fortes contestações externas.

Mesmo líder, o Alvinegro via sua vantagem em relação aos concorrentes diminuir com o passar das rodadas. Dentro de campo, mais do que o brilho, o time perdeu a identidade com Bruno Lage no comando e isso passou a afetar o ambiente interno do clube. Coube a Lúcio Flávio, que já vivia o dia a dia de treinamentos, fazer com que o Glorioso revivesse sua melhor versão.

Diante de um Fluminense com força máxima, vimos um Botafogo raçudo, alegre e consciente dentro das quatro linhas. Nesta primeira amostra, Lúcio Flávio e seu ‘esquadrão' superaram as expectativas e reacenderam a esperança de uma torcida que nunca abandonou a instituição e que deseja, com toda força, voltar a ver seu clube campeão de novo.

Por Trivela

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