O deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL) exibiu nesta quinta-feira, 21, na tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) um boneco que chamou de “presidengue”, em alusão ao presidente Lula.
“Lula diz que a culpa da dengue é dos prefeitos. Também é, mas ele tinha que dar a mãos aos prefeitos que ele abandonou no ano passado para poder socorrer”, discursou. “Por tudo isso, por essas narrativas mentirosas, pelo abandono, pela falta de política pública, quero dizer que a cara da dengue no Brasil tem um rosto”, completou, exibindo o boneco “presidengue”.
O Brasil se aproxima de 2 milhões de casos de dengue neste ano. O último boletim apontava 1.937.651 casos da doença, com 16.494 deles considerados graves ou com sinais de alerta. Com um coeficiente de incidência de 954,2 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, a dengue se tornou uma grande preocupação para as autoridades de saúde.
De acordo com dados apresentados pelo Ministério da Saúde, nos três primeiros meses de 2024 foram registrados mais casos graves de dengue do que o mesmo período do ano anterior. Essa é uma tendência preocupante, já que 2023 foi o ano com o maior número de casos graves da doença na série histórica.
Nísia Trindade
A crise de dengue machuca ainda mais a ministra da Saúde, Nísia Trindade, que batalha para permanecer no cargo contra pressões do Centrão. A bronca que ela levou do presidengue, quer dizer, presidente na reunião ministerial de segunda-feira, 18, se tornou pública, assim como sua reação — a ministra teria chorado diante das cobranças.
O jornal britânico The Telegraph publicou naquela mesma segunda-feira uma reportagem sobre o surto de dengue sem precedentes no Brasil. “Hospitais e médicos estão no limite depois que mais de 1,5 milhão de pessoas contraíram o vírus neste ano”, escreveu o jornal, alertando que “o país luta contra uma epidemia que está esgotando os recursos e se espalhando muito além das áreas tradicionalmente afetadas”.
Por O Antagonista
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