Atlético tinha o jogo aparentemente controlado, mas dois gols do Peñarol causaram tensão na Arena MRV, que mesmo assim viu o Galo vencer de novo
A segunda noite de Libertadores da Arena MRV foi tão tensa quanto a primeira. O que parecia um sonho, com o Atlético-MG abrindo 3 a 0, quase virou pesadelo com o Peñarol dando o sangue uruguaio para correr atrás. Mas o time do ex-Galo Diego Aguirre só marcou duas vezes e os comandados de Milito venceram mais uma, encaminhando a classificação na copa continental.
O Atlético teve um domínio enorme no primeiro tempo e também no início da etapa final, conseguindo abrir 3 a 0 com mais um show de Scarpa, que deixou o dele duas vezes. O “Mister Libertadores”, Paulinho, fez o outro. Mas, de uma hora para outra, o Galo estagnou e viu o Peñarol marcar duas vezes em 10 minutos, deixando o que parecia uma noite só de festa em uma noite de tensão.
No fim, o Atlético conseguiu segurar a pressão uruguaia e se manteve 100% na Libertadores, abrindo seis pontos de vantagem para o terceiro colocado do Grupo G e encaminhando a classificação para as oitavas da principal competição do continente.
Atlético controlou com maestria o primeiro tempo
O Atlético conseguiu impor seu estilo de jogo e dominar completamente a partida desde o primeiro minuto da etapa inicial. O Galo não sofreu nenhum perigo real de gol, conseguindo conter praticamente todos os ataques do Peñarol. Com a bola, usou muito o lado esquerdo, com Arana, que foi a mina de ouro de jogadas do time.
Arana criou três jogadas seguidas de perigo. Na primeira, ele mesmo cruzou para Paulinho, que dividiu com o zagueiro e quase marcou. Depois, em jogada trabalhada, foi a vez de Zaracho ter a chance, mas bater muito fraco. Por fim a jogada do gol.
Jemerson acionou o lateral aberto, que viu Zaracho livre entre as linhas do Peñarol. O argentino dominou e enfiou para Paulinho na área, que cruzou rasteiro. A bola passou por todos no meio da área e achou Scarpa sozinho mais pela direita. Com toda a confiança que ganhou nos últimos jogos, bateu firme de primeira para estufar a rede e abrir o placar. Um belo gol coletivo.
O Atlético seguiu na pressão após abrir o placar, e o Peñarol, que já dava claros sinais de ter sentido o gol, confirmou isso ao entregar de bandeja uma saída de bola nos pés de Paulinho, dentro da área, que bateu no cantinho para ampliar. O “Mister Libertadores” do Galo chegou a 11 gols em 14 jogos pelo clube na competição, e já é o vice-artilheiro atleticano na história do torneio, atrás apenas de Hulk (15 gols).
Primeiro tempo de almanaque de Jemerson
Apesar dos gols de Scarpa e Paulinho e a participação efetiva de Arana, quem foi o grande destaque do primeiro tempo foi o zagueiro Jemerson. O defensor ganhou todas as jogadas que disputou e se mostrou muito seguro, com e sem a bola. Ele foi o responsável por dar um passe inesperado que abriu campo para o Galo no início da jogada do primeiro gol.
O defensor vinha de altos e baixos com Felipão, mas, desde que Milito chegou, vem se mostrando cada vez melhor, sendo uma importante peça no esquema do argentino, seja para defender ou para atacar.
O que parecia um sonho, (quase) virou pesadelo
O Atlético começou o segundo tempo com o mesmo ritmo, tanto que Paulinho quase marcou logo aos cinco minutos após um passe espetacular de Hulk, e Zaracho acertou o travessão dois minutos depois. Mas o terceiro gol atleticano estava guardado para ser tão bonito quanto o primeiro — e do mesmo jogador.
Em um contra-ataque de manual, Arana achou Hulk, que com um toquezinho acionou Franco. O equatoriano devolveu para o camisa 7, que arrancou sozinho e rolou para Scarpa, que bateu de primeira da entrada da área no cantinho do goleiro, repetindo praticamente o gol que marcou no primeiro tempo.
A festa atleticana tava bonita, mas foi interrompida com os uruguaios descontando três minutos depois. A bola pipocava dentro fora da área, até Léo Fernandez cruzar de bicicleta de cruzamento, que encontrou Maxi Oliveira para tocar de cabeça e diminuir. Os Carboneros se empolgaram com o gol marcado e seguiram pressionando o Galo, que dessa vez parece ter sentido o desconto uruguaio.
Aos 23 minutos, a pressão uruguaia surtiu efeito. Uma boa trama pela esquerda do ataque deixou Gastón Ramirez sozinho na área, que cruzou rasteiro para Maxi Oliveira diminuir ainda mais. O ímpeto dos comandados de Aguirre não parou de crescer, e o mesmo Gastón acertou o travessão em uma bela cobrança de falta. O Peñarol seguiu pressionando e tentando empatar de qualquer jeito, elevando a tensão a décima potência na Arena, enquanto o Galo se defendia da forma que podia.
Por Trivela
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