Segundo a polícia, José Maria Vilaça, 44, disse que as imagens foram gravadas há 15 dias. Ele alegou que estava sob o efeito de drogas e que tudo teria acontecido com o consentimento da vítima, em uma "brincadeira".
A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu nesta quinta-feira (21) um homem branco que foi filmado chicoteando com um cinto um homem negro, em Itaúna, na região centro-oeste do estado.
O caso ganhou repercussão nas redes sociais após a divulgação de um vídeo no Dia da Consciência Negra, celebrado na última quarta-feira (20).
Segundo a polícia, José Maria Vilaça, 44, disse que as imagens foram gravadas há 15 dias. Ele alegou que estava sob o efeito de drogas e que tudo teria acontecido com o consentimento da vítima, em uma "brincadeira".
O suspeito foi encaminhado para o presídio de Itaúna, onde está à disposição da Justiça. A Folha não localizou a defesa dele.
A Polícia Militar declarou que não foi acionada no dia da agressão, ocorrida no dia 10 de novembro, e que só soube do vídeo nesta quinta-feira (21).
Na gravação, o suspeito aparece oferecendo R$ 10 à vítima em troca de permitir as agressões. Durante a gravação, ele faz comentários misturando temas como as últimas eleições dos EUA, Lula e Bolsonaro, e justifica sua ação com frases religiosas.
"Isso aí não é escravidão, não. Não é pela cor dele. Para Deus, todo mundo é preto, todo mundo é branco, todo mundo é cor-de-rosa. Isso aqui é para você ver a safadeza, o que o vício gera [...] R$ 10 e ele vai me deixar dar duas lapadas", diz o homem.
Em seguida, ele retira o cinto das calças e desfere três golpes nas costas da vítima, que está sem camisa. Após açoitar o homem, o agressor finaliza o vídeo dizendo: "Deus é mais".
Enquanto a vítima é agredida, é possível escutar a risada de uma pessoa.
De acordo com a Polícia Civil, a gravação foi feita por um homem de 32 anos, que foi intimado, mas não detido. Aos investigadores ele afirmou não conhecer os envolvidos e que teria registrado a cena a pedido do suspeito, "para fins de postagem nas redes sociais".
"Essa gravação revela uma maldade muito grande por parte do suspeito. Houve ali uma violência física e psíquica gratuita contra uma pessoa em situação de extrema vulnerabilidade. Com a investigação, vamos buscar a responsabilização devida dos envolvidos", disse o delegado Flávio Tadeu Destro.
Ainda segundo a polícia, o suspeito das agressões possui antecedentes por furto e violência doméstica. Ele e o responsável pela filmagem podem responder pelos crimes de racismo e tortura.
Segundo a prefeitura de Itaúna, o homem que aparece sendo agredido tem residência e familiares, além de também realizar acompanhamento para a dependência no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) do município, desde 1995. Informou ainda que a vítima esteve no Caps nesta quinta-feira e "se mostrou bem", foi acolhido e recebeu assistência dos profissionais.
Por Folhapress
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